O Talibã exibiu numa parada militar parte do equipamento que herdou com a rápida retirada americana e a dissolução das forças armadas do Afeganistão, que receberam bilhões de dólares em hardware.

Entre as máquinas mais sofisticadas, estão aviões de ataque do tipo “Super Tucano”, produzidos pela brasileira Embraer em associação com uma empresa americana.

Os helicópteros deixados nos hangares do aeroporto internacional de Cabul são consagrados em conflitos militares. Os black hawks servem de ataque e transporte. Se for possível conseguir peças, fazer reparos. E, principalmente, treinar mecânicos e pilotos. Talvez o Talibã tenha de contratar os militares afegãos que até há pouco tempo eram os inimigos do outro lado.

 

Aparentemente em melhor estado estão os “Super Tucanos” A-19. Foram projetados e desenvolvidos pela Embraer e se destacaram como arma decisiva na derrota militar da guerrilha das Farc, na Colômbia.

Sabe-se que entraram em operação na guerra do Afeganistão cerca de 20 deles, fabricados em associação com empresa americana na Flórida. Aproximadamente 10 foram levados para países vizinhos.

Os que foram encontrados em Cabul estão sem armamento e apenas com os tanques suplementares nas asas. São versáteis: decola e pousa em pistas curtas, carrega grande variedade de armamentos — no caso da Colômbia, bombas inteligentes.

Os modelos também conseguem sair do solo com uma tonelada e meia de carga útil, um grande feito para um avião desse porte. O problema para o Talibã é a altíssima complexidade técnica e eletrônica desses modelos, que devem ficar encalhados no hangar.