O brasileiro que morreu durante combate na guerra na Ucrânia era interessado pelo assunto desde a infância, dizem familiares. Natural de Porto Alegre, André Luis Hack Bahi tinha 44 anos e estava no país europeu desde fevereiro.

A morte, que teria ocorrido no sábado (4), foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores e por parentes 

Em mensagens trocadas com a família, André recordava de uma redação que escreveu na escola, quando era criança, na qual descrevia seus sonhos. Veja na imagem acima

"O André, desde pequeno, sempre foi assim. Desde pequeninho ele gostava de brincar com 'homenzinhos', com arma. Ele olhava filmes de guerra", recorda a irmã, Letícia Hack Bahi.

De acordo com a família, André teria participado de uma missão na Costa do Marfim, junto à Legião Estrangeira Francesa. Nas batalhas, ele teria ficado ferido, sendo tratado no país europeu.

Antes de ir para Kiev, André passou por Portugal e França. Na guerra contra a Rússia, o brasileiro faria parte da Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia.

"Ele disse que não era para nós ficarmos bravos nem pedir para ele voltar da Ucrânia. Ele iria até o final. Se fosse o fim dele morrer em combate, ele estaria feliz. A gente tem que pensar nisso e respeitar essa vontade do André", comenta Letícia.

André tinha sete filhos e estava separado da esposa, com quem vivia em Quixadá, Sertão Central do Ceará antes de ir para a Ucrânia. De acordo com os parentes no RS, ele escolheu viver no estado nordestino por não gostar do frio do Sul do país.

O corpo do brasileiro deve ser cremado, e as cinzas, jogadas na cidade cearense, onde trabalhava como socorrista de ambulância, relata a irmã. Ele havia servido no Exército Brasileiro por um ano, na juventude.

Hack trocava mensagens com parentes em Porto Alegre e Eldorado do Sul, cidade da Região Metropolitana onde parte da família vive. No Dia das Mães, comemorado em 8 de maio, os pais do brasileiro conversaram com o filho em uma chamada de vídeo

O último contato, segundo Letícia, foi há uma semana. Na sexta-feira (3), os parentes aguardavam que ele ligasse para parabenizar a mãe pelo aniversário, mesmo sabendo que ele já havia partido para o combate em Severodonetsk.

"Ela estava ansiosa, mas [ele] não ligou", lamenta a irmã