Um cachorro-do-mato atropelado, resgatado próximo à Rodovia do Sol, precisou passar por uma cirurgia para colocar uma placa de titânio em uma das patas. O procedimento aconteceu nesta quarta-feira (17). De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente de Anchieta, município em que o animal foi encontrado, uma pessoa entrou em contato com a fiscalização ambiental, no último domingo (14), informando que havia resgatado um cachorro-do-mato ferido, na noite de sábado (13). A pessoas teria levado o animal para a própria casa na expectativa de que ele melhorasse.

O médico veterinário que operou o cachorro-do-mato, Diogo Garnica, explicou que o bicho precisou passar por um delicado procedimento cirúrgico para fixar implantes ortopédicos na tíbia (osso da perna).

Placa foi fixada na tíbia, um osso da perna do animal. Antes de ser devolvido à natureza, o implante deverá ser removido — Foto: Diogo Garnica/VC no g1

Antes de ser devolvido à natureza, porém, o animal - que tem o nome científico “Cerdocyon thous” - ainda vai precisar se recuperar da fratura e passar por outra cirurgia para a remoção da placa.

“A gente pretende tirar os implantes, porque se ele se recuperar e conseguir voltar para o ambiente ele pode ser predado [comido] por outros animais. Então, ele deve voltar como ele era”, explicou o médico veterinário. O animal foi operado em um hospital veterinário particular na Praia do Canto, em Vitória. De acordo com o médico, a cirurgia foi um sucesso e o bicho passa bem.

O animal foi operado por voluntários em um hospital particular em Vitória — Foto: Diogo Garnica/VC no g1

A cirurgia foi realizada de forma voluntária pelo hospital particular em uma parceria com o Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram), instituição que recebeu o cachorro-do-mato.

Tratamento veterinário

Segundo a secretária de Meio Ambiente de Anchieta, Jéssica Marins Freitas, uma equipe da Prefeitura foi até o local para onde o motorista tinha levado o bicho e o encaminhou para o Ipram, que fica em Cariacica, na Grande Vitória.

"Sempre que nós resgatamos animais silvestres que não têm condições de serem soltos ou estão muito domesticados eles são levados para o Ipram ou para o Cereias (Centro de Reintrodução de Animais Selvagens). A secretaria faz o resgate de aves e pequenos mamíferos, mas cachorro-do-mato foi o primeiro”, contou a secretária.

Apesar da boa intenção em levar o bicho para casa, a secretária orientou que a manipulação e o resgate de animais silvestres sejam feitos por profissionais.

“Quem encontrar animais selvagens feridos deve ligar para a fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente. É melhor deixar o animal onde ele estiver e fazer o contato. Se for à noite ele pode não ser resgatado naquele momento, mas os primeiros socorros tentam ir até o local”, orientou a secretária.

O médico veterinário Diego Garnica acrescentou que procurem ajuda ao encontrar animais selvagens feridos.

“Há alguns anos, a medicina humana, a veterinária e o meio ambiente trabalham em prol da medicina única. O desequilíbrio do ecossistema é ruim para todos. Um animal em desequilíbrio pode dar origem a novas doenças que podem chegar ao ser humano. Toda vez que alguém vê um animal desse assim, procure um órgão para cuidar. Hoje, mais que nunca, sabemos que temos que cuidar do nosso planeta”, ressaltou Garnica.