O estado de São Paulo vacinou nesta quinta-feira (20) a primeira criança com o imunizante CoronaVac, aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na manhã de hoje para o público infantojuvenil. A perspectiva do governo do estado é vacinar todas as crianças paulistas com o imunizante em um período de três semanas.

A primeira aplicação, no estudante Caetano de Jesus Moreira, ocorreu na Escola Estadual Brigadeiro Faria Lima, na zona oeste paulistana, onde outras 100 crianças desse grupo receberão a primeira dose ainda hoje.

Segundo o governador João Doria (PSDB), o Instituto Butantan vai atender à demanda integral do governo de São Paulo para vacinar todas as crianças no estado, além de disponibilizar as doses remanescentes para o Ministério da Saúde.

Caso o governo federal não as aceite, prosseguiu Doria, elas serão disponibilizadas para os estados interessados.

O governador assegurou a imunização dos 4,3 milhões de crianças de 5 a 11 anos no estado em até três semanas. Ao todo, haverá 5.500 pontos de aplicação da vacina, seja da CoronaVac, seja da Pfizer.

De 20 a 30 de janeiro, haverá a aplicação da primeira dose em crianças de 9 a 11 anos. De 31 de janeiro a 10 de fevereiro, será a vez do público de 5 a 8 anos de idade.

As crianças de 5 a 11 anos com comorbidades, deficiências ou quilombolas estão aptas a receber o imunizante desde o último dia 14.

A previsão do governo estadual é de que as doses sejam entregues entre esta quinta e a manhã de sexta (21) a todos os 645 municípios paulistas.

Liberação da Anvisa

No início da tarde desta quinta-feira (20), assim que os técnicos da Anvisa autorizaram o uso emergencial da vacina produzida pelo Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, o governador João Doria comemorou o feito em suas redes sociais. "Prepare o braço, molecada! Anvisa autoriza vacinação de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos com a CoronaVac. Iniciaremos imediatamente a vacinação. Esperamos imunizar toda a garotada em, no máximo, três semanas", escreveu ele em sua conta no Twitter.

A aplicação do imunizante ocorrerá em duas doses, com intervalo de 28 dias, e está liberada para o público com comorbidades, exceto imunossuprimidos.

O Instituto Butantan tem, segundo o governo do estado, 15 milhões de doses da CoronaVac prontas e disponíveis para a vacinação de crianças da faixa etária de 5 a 11 anos.

Desse total, segundo o presidente do instituto, Dimas Covas, 4 milhões de doses foram enviadas ao governo paulista e outros 4 milhões ainda serão encaminhados à gestão de Doria. Os 7 milhões de doses restantes devem ser ofertados ao Ministério da Saúde.

"Isso nos permitirá, em São Paulo e em outros estados, vacinar rapidamente com a primeira dose toda a quantidade de crianças que compõem essa faixa etária em até três semanas", disse o governador.

Dimas Covas afirmou que o processo de vacinação em São Paulo pode começar imediatamente. "Temos toda a estrutura pronta para levar a vacina a todos os 645 municípios", disse Regiane de Paula, coordenadora do Programa Estadual de Imunização.

Antes da aprovação da Anvisa, a única vacina autorizada pela agência para o público infantojuvenil era a produzida pela Pfizer/BioNTech. Na sexta-feira (14), o estado de São Paulo aplicou a primeira dose da vacina contra a Covid-19 da campanha de vacinação infantil em uma criança indígena de 8 anos.

A campanha, que abrange a faixa entre 5 e 11 anos, teve início no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A expectativa do governo é vacinar 4,3 milhões de crianças em três semanas. O governador João Doria (PSDB) acompanhou o começo do processo.