Denúncias de assédio moral e sexual atingiram o maestro adjunto da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo, Leonardo David, e estão sendo investigadas pelo Ministério Público do estado (MPES). A exoneração dele da função foi publicada no Diário Oficial desta sexta-feira (11).

O maestro, em nota, negou que tenha cometido os crimes e que tenha faltado com respeito aos músicos.

A Secretaria de Estado de Cultura informou que abriu um processo administrativo interno para apurar as denúncias de assédio moral.

Leonardo David também regia a Orquestra Camerata Sesi, mas foi demitido do cargo pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) no dia 18 de agosto.

Relatos

Um músico, que não quis ser identificado, relatou ter visto várias situações de assédio por parte do maestro.

"São vários episódios de agressões verbais, de assédio moral direcionado aos músicos. Como desqualificar o trabalho do músico, criticar pelas roupas, pelo modo de se portar", enumerou.

Os relatos começaram a aparecer na internet após uma live em que um músico, que mora fora do Espírito Santo, comentou que um relato do maestro teria sido racista.

A advogada Renata Nunes, que representa um grupo de 20 músicos que denunciam o maestro, detalhou mais alguns relatos dos músicos.

"De assédio sexual, temos relatos de mulheres que foram tocadas. Temos relatos de um beijo roubado sem a permissão. Sempre a narrativa de que as pessoas eram incompetentes, muito ríspidas, feitas na frente de qualquer um", explicou.

Outro lado

O maestro Leonardo David preferiu se pronunciar por nota. Ele disse que é inocente, que jamais faltou com o respeito a ninguém e sempre conduziu as orquestras de forma rígida, mas com respeito a todos.

Na nota, o maestro ainda esclarece que, até agora, teve conhecimento das denúncias apenas por reportagens e que confia nos órgãos de apuração. Leonardo David foi exonerado do cargo de maestro, mas continua como músico concursado do Governo do Estado.