Fontes da FOLHA vazam documento que mostram a Procuradora Geral de Justiça do MP-ES acusando o Tribunal de Justiça pelo vazamento da investigação sigilosa contra o juiz Alexandre Farina, preso e afastado por venda de sentenças.

Os mesmos documentos mostram que o Presidente da Corte, Ronaldo Gonçalves, abriu investigação em que aponta a cúpula do MP-ES como autora do vazamento, aparecendo o nome da assessora de confiança da Procuradora, Laís Roza Fuzari, e do promotor Danilo Raposo Lírio, chefe da assessoria de gabinete.

O promotor Danilo foi protagonista da foto da "FARRA DO MARACA", com Farina, Éder Pontes, Desembargador juízes e lobistas reunidos em clima de intimidade no Maracanã (ajoelhado de camisa branca):

O avanço da investigação do TJ sobre seus assessores de gabinete enfureceu a Procuradora Geral de Justiça, que impediu seus depoimentos e ainda rebateu a acusação, proferindo despacho agressivo contra a Presidência da Corte: "considerando que não houve qualquer vazamento no âmbito do MPES; e considerando que há indícios nos autos apontando a autoria para membro desse Poder." (Procedimento investigatório nº 2021.0014.6909-46 no MP-ES).

No mesmo ofício acusatório, respondido dentro da investigação do TJ, a Procuradora continua a acusar o envolvimento de um desembargador e insinua que outros podem estar envolvidos: "apontando para um “eminente par” de Vossa Excelência como (um dos) responsável(is) pelo vazamento, fato já reconhecido pelo Pleno do TJES e também pelo Ministro Joel Ilan Paciornik ao denegar ordem de habeas corpus impetrada em favor de Alexandre Farina, fato esse cuja autoria se busca."




SINUCA DE BICO 

A Procuradora Geral está numa sinuca de bico, em verdadeiro xeque mate, porque ao mesmo tempo em que luta incansavelmente para sua equipe não ser investigada e nem incriminada, ela tem que se equilibrar entre acusar o Tribunal e fingir a entrega de algum produto a alguns Desembargadores. 

Nesse último caso, Luciana simula mostrar algum serviço ao não enviar os autos à Procuradoria Geral da República (PGR) e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), o que seria sua obrigação de ofício, já que há menção, em despacho da própria Luciana, à desembargadores como responsáveis pelo vazamento da operação. A Procuradora é refém do que escreveu em seu próprio despacho, cometendo crime de prevaricação ao não dar ciência dos fatos à Brasília.

O manto da impunidade com o qual Luciana Andrade faz questão de blindar sua equipe e não deixá-la sequer prestar depoimento obrigatório, a ponto de insistir em transformar uma intimação da Presidência do TJ para seus assessores em "convite", criou um ambiente tóxico na relação com a Corte.

Isso está intoxicando a indicação de Éder Pontes para a vaga na Corte. Éder precisa de votos para ingressar na lista tríplice, que será enviada ao Governador Casagrande. Se não entrar, não tem governador que resolva, pois a decisão de escolha dos três nomes é do pleno da Corte, formado por todos Desembargadores.

Em outras palavras, se Éder Pontes for prejudicado pela troca de acusações da Procuradora Geral de Justiça com a Presidência do TJ, não adianta o acordo de cumplicidade e serviços prestados ao governador via Luciana na cúpula do MP-ES, que arquivou 100% das investigações de corrupção no governo sem nenhuma diligência.

Inclusive o bizarro caso do pen drive, que revelou o maior escândalo de corrupção de um governo capixaba, com prova inédita e irrefutável  de direcionamento na  licitação milionária do cerco eletrônico estadual do Detran, no valor de R$ 139 milhões de reais montada pela própria empresa vencedora, a chinesa DAHUA, em seu favor.


PERGUNTAS QUE LUCIANA DEVERIA RESPONDER

Algumas perguntas deveriam ser respondidas pela Procuradora Geral de Justiça e também ser alvo de investigação do Tribunal e das autoridades de Brasília:

a) por qual motivo ela não pediu o celular do Juiz Farina na busca e apreensão? Essa decisão era dela. Ficou com medo de achar no celular os nomes de quem vazou a operação ao magistrado? Ou também achar novos crimes com outras autoridades?

b) Por qual motivo a Procuradora-Geral Luciana mencionou (vazou) ao Presidente do TJ-ES, uma semana antes, que soltaria uma bomba, deixando-o apavorado, a ponto de determinar a sua equipe que buscasse informações? 

c) Por que a Procuradora Geral se nega a permitir que suas assessoras (que tiveram contato com o processo sigiloso e o acompanharam o tempo todo dentro do TJ) deponham na investigação da Presidência da Corte? E se refere à intimações de seus colaboradores como "convite", ao contrário do que ocorre com todos os mortais?


INOCENTADO

A investigação do Tribunal inocenta o servidor do TJ, Jardel sabino de Deus, assessor do Desembargador Ronaldo Gonçalves há doze anos. Circuito interno de câmeras mostra que ele não teve acesso ao processo lacrado. Ele mesmo cobrou apuração.

Jardel é bem conceituado no meio jurídico e acadêmico, tendo pedido exoneração por opção pessoal para fazer sua defesa, mas teve as costas viradas pelo Presidente Desembargador Ronaldo a quem serviu por longa data sem qualquer reclamação contra sua conduta.

O escândalo gerou uma rede de intrigas em torno de falsos culpados, colocando o ex-assessor como boi de piranha imediato, mas a verdade veio à tona em relação a sua inocência. 

Faltam agora os culpados, o que é uma disputa difícil diante da troca de acusações e íntimas relações incestuosas do juiz afastado com todos os poderes.

Jardel Sabino de Deus