Aos poucos os enigmas vão se decifrando sobre as omissões da procuradora-geral em não requerer busca e apreensão do celular e nem quebra do sigilo telemático do juiz Alexandre Farina, preso por vender sentenças na operação da Gaeco. 

A discussão da sucessão de Eder Pontes no MPES, em março do anos passado, para o biênio 2020 e 2021, aconteceu por mais de uma vez na residência do magistrado, na Praia do Canto, Vitória-ES. Presentes: o governador Renato Casagrande (PSB); a escolhida Luciana Andrade; o então procurador citado; e o próprio juiz Farina.

Quebra-Cabeça

As reuniões na casa do juiz aconteceram dias antes da nomeação do procuradora-geral, sucessora de Eder Pontes, com anuência do governador. Essas ligações íntimas, agora, provocam desconfianças dentro do Ministério Público e no próprio Pode Judiciário.

A informação é de uma fonte de dentro da Tribunal de Justiça, segundo ela de fácil comprovação, se fossem apreendidos os celulares e quebrado os sigilos telemáticos do magistrado durante a operação que, não por acaso, foi vazada para evitar esse constrangimento.

O Juiz Alexandre Farina virou uma espécie de "Medusa" para os seus antigos amigos e aliados. Hoje, é considerado o magistrado que sabe demais nas áreas política e jurídica, a ponto de gerar uma briga entre a cúpula do MPES e do TJES. Nesse escândalo, uma das duas instituições sairá desmoralizada.

A combinação vigente deveria ser: a procuradora geral blinda Eder Pontes para ser inserido na lista tríplice que chegaria às mãos do governador para escolher o nome do procurador como novo desembargador. Como prêmio por esses serviços prestados, Luciana Andrade teria a garantia de sua recondução ao cargo que ocupa.