A família de um garoto de 10 anos com deficiência intelectual abriu um processo civil contra a cidade e as autoridades de Cayo Hueso, na Flórida (EUA), por conta da prisão do menino, ocorrida há dois anos.

A mãe do menino, Bianca Digennaro, apresentou a queixa nesta terça-feira, depois do que chamou de uma longa luta para limpar a ficha do menino, que foi acusado de agressão.

Então com 8 anos, o garoto teve uma crise de agressividade na escola. A professora substituta, que supostamente não estava a par das necessidades especiais do aluno, chamou a polícia para conter o garoto, que à época media 1,07m e pesava menos de 30 quilos.

Os agentes então retiraram o menino da sala de aula, fizeram uma revista e o algemaram. Tudo isto foi gravado pela câmara corporal usada por um dos agentes. Em seguida, ele foi levado para um centro de detenção, onde chegou a ficar por menos de uma hora dentro de uma cela.

"Foi pouco tempo, mas para ele pareceram anos", disse Bianca na conferência digital em que apresentou o processo à imprensa. Ela chorou ao ver o vídeo do filho sendo revistado, algemado e preso.

Segundo ela, foram nove meses tentando limpar a ficha do filho. Além disso, o impacto psicológico sobre a criança, que também sofre com déficit de atenção, é imensurável.

Para o advogado Ben Crump, a ação é injustificável, já que a criança, além da pouca idade, não representava perigo para ninguém na situação. "Independente da cor, idade ou condições físicas, todos temos direitos. É nojento que qualquer pessoa tente justificar o que os policiais fizeram", declarou Crump, que é um conhecido defensor dos direitos civis.