A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta sexta-feira (9) em São Paulo o empresário Joesley Batista e o ex-executivo da J&F, Ricardo Saud, em um desdobramento da Operação Lava Jato, de acordo com a GloboNews. A Operação Capitu investiga o envolvimento do vice-governador do estado, Antonio Andrade (MDB), em um esquema de corrupção na época em que ele era ministro da Agricultura do governo Dilma Rousseff (PT).

Em São Paulo, foram cumpridos 3 mandados de prisão e outras três pessoas não foram localizadas. O diretor financeiro da JBS, Demilton Antonio de Castro também foi preso nesta manhã na capital paulista.

Joesley Batista e Saud já tinham sido presos anteriormente e só foram liberados após uma delação premiada. Na ocasião, a prisão ocorreu após o pagamento de propina ao presidente Michel Temer (MDB) por intermédio do ex-assessor especial Rodrigo Rocha Loures. A propina, uma mala com R$ 500 mil, foi entregue pelo ex-diretor de Assuntos Institucionais da J&F Ricardo Saud a Loures, em São Paulo, em abril do ano passado. A J&F é a holding que controla a JBS.

 

Montagem com imagens de Joesley Batista e Ricardo Saud — Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Montagem com imagens de Joesley Batista e Ricardo Saud — Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Os policiais federais deixaram a sede da Polícia Federal em São Paulo por volta das 5h30 desta sexta-feira para o cumprimento de 6 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão (10 na capital, 3 em Araraquara e 1 em Cotia).

Por volta das 7h30, agentes da PF estavam na casa de Joesley na Zona Oeste da capital. Ele e Saud serão levados para o Instituto Médico Legal (IML) Central de São Paulo. Em seguida, irão para a sede da PF em São Paulo, onde devem ficar presos.

O advogado Pierpaolo Bottini, que defende Joesley, disse que não conhece os fundamentos da prisão e não iria se manifestar por enquanto. O G1 ainda não conseguiu localizar a defesa de Saud e Demilton de Castro.

O vice-governador de Minas, Antonio Andrade, foi preso no interior do estado. Os agentes cumprem 19 mandados de prisão temporária e 62 mandados de busca e apreensão – em Belo Horizonte são 26. Os outros são em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso.

A operação é baseada na delação de Lúcio Funaro, apontado como operador do MDB. Segundo as investigações, havia um esquema de arrecadação de propina dentro do Ministério da Agricultura para beneficiar políticos do MDB, que recebiam dinheiro da JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, em troca de medidas para beneficiar as empresas do grupo.