O Ministério Público Estadual está sendo acionado por um grupo de quase 100 pais de alunos da creche Praia Baby, na Praia da Costa, em Vila Velha, para intervenha junto à Secretaria Municipal, que, segundo eles, está fazendo sensacionalismo com o caso do surto ocorrido na creche, vitimou uma criança fatalmente e se manifestou em outras. 


Os pais isentam a creche de responsabilidade, não concordam que lá seja o foco da bactéria que está causando o surto e denunciam que as próprias autoridades municipais estão contribuindo para a discriminação das crianças em convívios sociais e em condomínios. “Queremos que nossas crianças deixem de ser tratada como doentes pela Secretaria de Saúde”, disse um dos pais de alunos. 


Uma comissão formada de sete pais participou de uma reunião com a subsecretaria municipal de Saúde na tarde desta quarta-feira (3), mas não saiu satisfeita.  “Eles se esquivaram do tanto de boato que está sendo disseminado. Alegaram que não estão sabendo de nada do que a mídia está anunciando e também alegaram que não sabem nem onde é o foco desse surto. Mas ainda sim apedrejam a creche”, desabafou um dos participantes da reunião num grupo de whatsapp com mais de 100 pais e mães. 


A comissão foi cobrar explicações relacionada a declarações do secretário Jarbas de Assis, divulgadas pela mídia da capital, de que “as escolas precisam exigir que as crianças da creche Praia Baby se sujeitem a quarentena”. Segundo esse participante da reunião, “a subsecretaria foi extremamente escorregadia e em um dado momento foi hostil ao dizer que se arrependeu de nos receber e no fim das contas disseram que não sabiam de nada”.


“Ficou claro que eles estão lançando na mídia, informações sem comprovação. Questionamos também que nossos filhos estão sofrendo discriminação por serem do Praia Baby, inclusive das escolas”, acrescentou. 


Os pais estão se organizando para fazer um protesto em frente à secretaria, já que um dos pais questionou: “O que faço com minha filha que está em casa sem estudar e não conseguindo pra agora uma escola?” A subsecretária respondeu, segundo os pais: “Não tenho nada para te responder”. 


Em documento protocolado junto ao Ministério Público Estadual, os pais explicam a situação que estão vivendo, como o fato de que “alguns dos alunos da Creche Praia Baby não estão sendo aceitos em outros estabelecimentos de ensino deste Municípios, pois estão sendo tratados com discriminação, inclusive com relatos de bullying sofridos por algumas crianças que estão sendo privadas de terem uma convivência saudável após todo este episódio”.


E, dentre outras coisas, pleiteiam que o MP determine e solicite o sigilo das investigações às autoridades competentes na investigação, em especial, a Polícia Civil do Espírito Santo; Secretaria Municipal de Saúde e Secretaria Estadual de Saúde; Vigilância Sanitária Municipal e Estadual e, demais autoridades até que sejam apuradas todos os fatos, visando resguardar e proteger as crianças de maiores sofrimentos.