Uma operação para acabar com um esquema de regalias e benefícios dados por servidores da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) a detentos de unidades prisionais no Espírito Santo foi deflagrada na manhã desta quarta-feira pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por intermédio dos Promotores de Justiça que integram o Grupo Especial de Trabalho em Execução Penal (GETEP).

 

 

A ação conta com apoio da Sejus representada pela Diretoria de Inteligência Prisional (DIP), e a Corregedoria do órgão e o Núcleo de Repressão as Organizações Criminosas e a Corrupção (Nuroc).

 

 

Foram expedidos mandados de prisão preventiva de dois servidores da Sejus.

 

 

Também foi pedido o afastamento da função de outro e a efetivação de busca e apreensão em domicílios e repartições públicas.

 

 

Os detidos até o momento estão sendo conduzidos para a sede do Nuroc, em Vitória.

 

A operação é resultado de levantamentos iniciais realizados pela Diretoria de Inteligência da Sejus, com os quais se obteve notícia de prática de crimes de corrupção passiva e associação criminosa por parte do diretor de uma unidade prisional localizada no município de Serra, o qual cobrava valores de um interno em troca de benefícios e regalias dentro do estabelecimento de custódia.

 

Consórcio

 

Também foram arrecadados elementos iniciais que indicavam verdadeiro consórcio criminoso envolvendo servidores de outro presídio, localizado no município de Colatina, no Noroeste do Estado, onde primeiro as irregularidades foram descobertas, por meio do qual detentos saiam do município de Serra e, quando transferidos para o presídio de Colatina, mediante pagamento de vantagens indevidas, continuavam a receber tratamento diferenciado, sendo colocados para trabalhar, obtendo favores dos servidores investigados.

 

O Ministério Público após ouvir formalmente familiares de um interno, obteve provas de ameaças a familiares dos internos para que as condutas praticadas não fossem denunciadas, além de haver orientação formal para destruição de provas das condutas ilícitas praticadas pelos servidores.

 

As investigações ainda estão em curso com o objetivo de esclarecer outras denúncias, não se descartando que outras medidas possam ser adotadas na hipótese da descoberta do envolvimento de outros funcionários públicos nas irregularidades investigadas.

 

OPERAÇÃO HAGITE

 

O nome da operação HAGITE (mãe de Adonias, filho de Davi, à época rei de Israel) faz referência a posição de obter o que não é seu de direito, que na investigação em curso, remete ao pedido de pagamento de propina para que servidores pudessem realizar festas, inclusive, havendo notícias nos autos de utilização de dinheiro para a realização de viagens