Em decisão surpreendente, o juiz da 4ª Vara Criminal de Cachoeiro de Itapemirim, Leandro Duarte, liberou diversos veículos luxuosos de propriedade/posse dos investigados da empresa Stratton Oakmont Bussiness, de propriedade de Humberto Trevisol, no âmbito da Operação Lobo de Wall Street, recém apreendidos pelo MP/ES-GAECO e Polícia Civil.
De acordo com o magistrado, em 05 de julho de 2021, a medida de apreensão dos veículos pretendida pelo Ministério Público Estadual estava amparada em elementos capengas, e que empresa cumpriu com todos os contratos, devolvendo os valores aos clientes.
No entanto, desde 15/06/2021, data bem anterior a da decisão, já haviam ações judiciais ajuizadas na Vara Cível de Cachoeiro de Itapemirim, a exemplo da Ação de Cobrança 5001967-31.2021.8.08.0011, justamente “narrando o golpe” e solicitando a restituição de valores.
O que demonstra que a decisão, no mínimo, por cautela, deveria aguardar o desenrolar das investigações para somente então, ter-se a certeza de que consumidores não seriam lesados, mas não foi o que aconteceu, como narrado pelas autoridades no processo criminal, a empresa não tem como restituir os investimentos pagos, e continua captando recursos que nunca serão devolvidos, vez trata-se, de acordo com as investigações de um golpe.
E atualmente, são dezenas de ações judiciais de execução/cobrança em face da empresa Stratton e seu sócio proprietário Humberto Trevisol, algumas delas provenientes de contratos posteriores a deflagração da operação, cobrando judicialmente, em total, quase meio milhão de reais, que seriam garantidos pelos bens apreendidos pelo Ministério Público se não fosse a decisão judicial que os liberou.
Além disso, depois da decisão do magistrado, nenhuma outra decisão foi tomada e o processo está sem movimento a quase 30 dias, apesar das petições do Ministério Público narrando a gravidade da situação.
Nas próximas matérias, o detalhamento do modus operandi dos investigados pelo Ministério Público.