O tenente Djalma dos Santos Araújo foi investigado e acusado por tortura em fevereiro de 2004. Quinze anos depois, ele não só voltou à corporação como passou de tenente a capitão.

 

 Em 2004, Djalma foi acusado de entrar, junto com outros cinco policiais, na casa de Nelson Souza dos Santos, de 31 anos. Na operação, que deveria ser uma busca por armas e drogas, o morador disse que um saco plástico foi colocado em sua cabeça e ele recebeu choques, foi agredido com alicates e cabo de vassoura.

 

Mesmo condenado, Djalma continuou ativo. O caso ficou na Justiça até que, em 2009, desembargadores da Seção Criminal do tribunal do Rio decidiram que o tenente era "indigno ao oficialato". Ele recorreu e perdeu todos os recursos possíveis até 2014. Sua demissão foi feita em 2015, quando não havia mais instâncias superiores a que apelar.

 

Como o processo durou 10 dez anos e, pelas regras, só poderia levar 6 anos no máximo, Djalma entrou com um mandado de segurança contra o estado. A reviravolta então ocorreu no ano seguinte, quando os desembargadores do Órgão Especial do TJ determinaram a reintegração de Djalma à Polícia Militar.

 

Djalma ainda tinha ambição em ser promovido e, ao ver que alguns oficiais de sua turma já eram majores, alegou que “a reintegração não ocorreu de forma plena”. Em 2018, o então presidente do Tribunal de Justiça, Milton Fernandes de Souza, concordou e a promoção de Djalma ocorreu em dezembro, por “pelo critério de antiguidade”.