A vendedora Gisele José da Luz, de 32 anos, não consegue entender o que aconteceu com Lorrana Madalena da Luz Manoel, de 14 anos, sua filha mais velha. 


A menina morreu na UPA do Jardim Íris, em São João do Meriti, na madrugada da última terça-feira, após chupar uma bala dentro de um trem da Supervia .


— Ela foi ao meu serviço e disse que estava passando mal. Eu disse que não era nada demais e fomos para casa. Quando foi por volta de 1h da manhã de terça, ela começou a sentir dormência nas pernas e a boca começou a espumar. Corri com ela para o hospital com o meu irmão e ela foi entubada. Ela estava bem, num primeiro momento. Voltei em casa para pegar uma roupa e quando voltei eles me disseram que ela já estava morta. Eu me joguei no chão e pedi a Deus para a minha filha voltar para mim - afirma Gisele.

 

 

Tia de Lorrana, Renata da Luz deu detalhes de como o quadro clínico da jovem evoluiu:

 

- Ela ficou lá na loja com a mãe, normal, e foram para casa às 19h. Em casa, ela voltou a reclamar que estava se sentindo mal. Aí, a minha mãe ainda disse que era para ela tomar um remédio. Ela melhorou, lanchou normalmente. À 1h, ela voltou a passar mal, dizendo que não estava enxergando nada. Quando a minha irmã foi ver, ela estava com uma gosma na boca. Eles foram para a UPA do Jardim Iris, fizeram uma lavagem e, às 5h, ela deu três paradas e morreu.


De acordo com a mãe, Lorrana recebeu a bala quando voltava do curso, na tarde da última terça-feira. Depois disso, a jovem começou a passar mal e foi levada para a unidade de saúde na Baixada Fluminense. Lá, a menina foi entubada e, horas depois, teve uma parada cardiorrespiratória e morreu. A família não sabe dizer em qual estação de trem a menina aceitou o doce, que foi oferecido por uma mulher:

 

— Eu cheguei a brigar com ela. Eu disse:  'Quase morri uma vez porque eu comi um alimento que me deram. Você não lembra?'. — contou Gisele - A minha filha foi a mais esperada. Eu tive ela aos 16 anos. Agora, ela não está mais aqui.