Um padre católico foi preso na noite de terça-feira (2) em Passo Fundo (RS), a 288 km de Porto Alegre, por uma série de três assaltos a estabelecimentos comerciais. Os crimes ocorreram durante a tarde e a noite do mesmo dia. Estava com uma pistola falsa.

 

 

 

O suspeito, identificado como Elizeu Lisboa Moreira, de 28 anos, foi reconhecido pelas vítimas. Com ele, foram encontrados R$ 655, itens de higiene e produtos alimentícios levados de dois supermercados e uma farmácia.

 

 

 

A Brigada Militar foi alertada pelos comerciantes, que descreveram o suspeito como jovem, vestindo uma camisa azul e um boné vermelho. Ele teria ainda fugido em um veículo Hyundai IX35, que passou a ser procurada pelos policiais.

 

 

 

 

O carro foi localizado no centro de Passo Fundo, momentos depois. Abordado e detido, Moreira foi levado à delegacia, onde apenas afirmou que cometeu os assaltos durante um “momento de loucura”. A caminhonete foi identificada como pertencente à arquidiocese da cidade.

 

 

 

“Estamos tentando entender o que levou o padre a fazer isso. Ainda não conseguimos chegar na motivação. Ele não falou muito durante a lavratura do flagrante e estava bastante calmo”, explicou o delegado Diogo Ferreira. Conforme o policial, Moreira estava na cidade desde cedo para um velório e, depois da cerimônia, cometeu os assaltos.

 

 

 

A polícia remeteu à Justiça um pedido de quebra do sigilo telefônico para verificar o que pode ter motivado os crimes.

 

 

 

De acordo com o arcebispo de Passo Fundo, Dom Rodolfo Luís Weber, Moreira nunca apresentou qualquer comportamento que explicasse esse tipo de ato durante o seminário. O religioso diz conhecer o padre há cinco anos e que Moreira era muito bem quisto na comunidade.

 

 

 

“É um comportamento fora de qualquer lógica. O que soubemos hoje é que há três semanas ele suspendeu por conta própria uma medicação para tratamento psiquiátrico. Talvez seja um dos fatores que tenha desenfreado esse tipo de comportamento. Não sabemos”, comentou o arcebispo.

 

 

 

Segundo as vítimas, Moreira parecia fazer as compras normalmente e, quando se dirigia aos caixas para pagar, anunciava o assalto. Ele ameaçava os funcionários dos estabelecimentos com uma pistola, encontrada e identificada pela polícia como sendo um simulacro.

 

 

 

Moreira foi ordenado padre em 2019 e desde então trabalhava em uma paróquia do município de Tapejara, pertencente à diocese de Passo Fundo. Ele não possuía antecedentes criminais.

 

 

 

Moreira está no Presídio de Passo Fundo e foi suspenso temporariamente de suas funções na Igreja Católica.