O bebê que foi espancado pelo próprio pai em São Fidelis, no Norte Fluminense, voltou a respirar sem a ajuda de aparelhos nesta sexta-feira (9). De acordo com o Hospital Ferreira Machado (HFM), em Campos, onde o bebê segue internado, a intubação foi retirada às 8h15 desta sexta.

O tio do bebê, Agnaldo Rangel, compartilhou um vídeo emocionado nas redes sociais após receber a notícia da evolução do quadro de saúde do sobrinho.

 

"Verdadeiro milagre!", escreveu Agnaldo na publicação.

 

Por causa das lesões por espancamento, o bebê de apenas dois meses perdeu o rim direito e metade do esquerdo. No último domingo (3), uma campanha realizada por familiares da criança levou 44 pessoas ao hemocentro da cidade para doar sangue para o bebê.

De acordo com o HFM, a criança segue internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica, porém estável e com boa evolução clínica, inclusive da função renal. Ele permanece com uma dieta por sonda.

 

Relembre o caso

 

O bebê de apenas dois meses foi levado para o hospital de São Fidélis no dia 2 de abril, última sexta-feira, pelos próprios pais. O casal foi parar na delegacia após a equipe médica do hospital ter constatado lesões corporais visíveis e recentes na criança.

Segundo a equipe responsável pelo primeiro atendimento médico, o bebê chegou ao hospital com diversas lesões, como afundamento de crânio, fratura de costelas e mordidas pelo corpo, inclusive em estágios diversos de evolução, o que, segundo a polícia, tende a caracterizar a denominada síndrome de Silverman, ou síndrome da criança espancada.

Ele precisou ser transferido para o Hospital Ferreira Machado, em Campos.

De acordo com a Polícia Civil, o próprio pai de 20 anos confessou ter agredido o filho durante depoimento, e disse que o fez porque a criança estava chorando demais. O casal foi conduzido, inicialmente, à 141ª DP em São Fidélis, mas foram encaminhados para a central de flagrantes na 134ª DP em Campos.

Antes do pai confessar o crime, a mãe do bebê de 21 anos chegou a dizer que ela e a criança teriam sido sequestradas por homens não identificados, após saírem de casa à procura do marido, que teria saído cedo sem dizer onde ia. Ainda segundo a mãe, os supostos criminosos teriam colocado ela e o bebê em um veículo, onde teriam agredido somente a criança e depois liberado os dois.

A versão, no entanto, foi desmentida pelo marido quando o casal foi separado para prestar depoimento individualmente. O pai então disse aos policiais que perdeu a cabeça e espancou o filho porque se irritou com o choro insistente da criança.

Os presos foram autuados em flagrante, o pai pelos crimes de tortura e lesão corporal e a mãe por tortura por omissão.