Mais dois suspeitos de envolvimento no ataque a bancos em Santa Leopoldina, foram presos na manhã desta segunda-feira (3), na localidade de Biriricas, em Domingos Martins, na região Serrana do Espírito Santo. Segundo a polícia, os suspeitos se deslocaram a pé pela mata, numa distância de mais de 18 quilômetros.

A equipe do Serviço Reservado da 8ª Companhia Independente da Polícia Militar efetuou a prisão. Segundo a polícia, os detidos confirmaram o envolvimento no crime.

Com os suspeitos, sobe para seis o número de suspeitos presos. A equipe da Delegacia de Roubo a Bancos (DRB), responsável pela investigação, já foi acionada. Por volta de 11h50 a ocorrência ainda estava em andamento.

 

O ataque

Cinco homens foram mortos em confronto com a polícia, quatro pessoas foram detidas e dinheiro roubado foi recapturado. A polícia já contabilizou o dinheiro, mas por política de segurança o valor não será divulgado.

Policiais militares e civis continuam na região do Tirol realizando blitz e cercos nas estradas. Já que os criminosos são da Bahia e São Paulo, a polícia acredita que eles não conhecem a região e por isso tem chance de localizar os suspeitos que conseguiram fugir.

No ataque à Santa Leopoldina, suspeitos fortemente armados fizeram um caminhoneiro refém, atiraram contra casas, explodiram três bancos, roubaram dinheiro das agências e fugiram. No mesmo dia, quatro pessoas da mesma família foram presas.

No sábado (1), durante uma mega operação da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Seesp), cinco suspeitos foram mortos em confronto com os policiais.

O titular da Delegacia de Repressão à Crimes Contra o Patrimônio e Divisão de Roubo à Banco, Gabriel Monteiro, disse em entrevista ao Bom Dia nesta segunda-feira (3) que a ação foi 100 % legítima e positiva. Disse ainda que os criminosos são altamente perigosos.

 

"Trata-se se uma facção denominada de novo cangaço que tem a característica de tomar o controle de cidade pequenas por não terem policiamento especializado. Eles fazem o verdadeiro terror. Cortam árvore, furam pneus de viaturas, atiram contra policiais, contra moradores e roubam bancos", explicou Monteiro.

 

O delegado explicou que por meio das investigações, perceberam que o grupo não havia saído da cidade. Conseguiram identificar que eles estavam na região do Tirol, numa área de mata fechada e difícil acesso, cerca de 40 minutos do Centro.

 

"Com ferramentas de inteligência, parceria da PRF, PM e de outras forças de segurança, conseguimos mobilizar uma tropa especializada de adentramento de floresta para localizar o acampamento. No momento da localização, os indivíduos não esperam a fala policial e efetuaram diversos disparos contra os policias com calibre 556", detalhou Monteiro.

 

O delegado disse que o grupo estava com artefato explosivo que poderia ser acionado por tempo e à distância. O que poderia vitimar diversos policiais. "A tropa estava muito bem treinada e conseguiu neutralizar essa injusta agressão", acrescentou.

Os cinco mortos no confronto são da Bahia e São Paulo e polícia do estado já identificou os suspeitos. Três deles estavam com identidades falsas.

 

"São indivíduos com diversas passagens por roubo a bancos. Quatro deles estavam numa na Bahia, onde houve intensa troca de tiros com a polícia de lá. Criminosos foram a óbito. O lema desta facção é nunca se integrar. Trocam tiros e não se entregam. O intuito da polícia é prender, mas quando a polícia é agredida tem que reagir da mesma maneira, moderadamente, mas da mesma maneira", destacou Monteiro.

 

Família de Viana envolvida

De acordo com as investigações quatro pessoas da mesma família de Viana foram presas por envolvimento no ataque. O pai e o filho foram responsáveis por dar fuga aos criminosos e levaram até essa região de mata de quase 30 km. Depois vieram com os veículos e incendiaram em Viana. A polícia não revelou o nome dos envolvidos.

 

"A mãe, a filha e o cunhado foram ao local dar fuga ao pai e a esse filho. O filho foi responsável por levar uma serra elétrica para cortar a árvore e bloquear os acessos via rodovia. O cunhado foi responsável por carregar o combustível e esconder a serra elétrica e dar fuga aos dois motoristas que vieram até Viana. A mãe sabia todo o tempo desse planejamento e organização criminosa", explicou.

A polícia disse ainda que antes de cometer o roubo, a família foi ao local da trilha para levar mantimentos para ficarem na mata até 10 dias. A função do motorista que foi preso era de domingo, ir ao local combinado e assoviar para dar fuga aos criminosos em um caminhão.

 

“Nós não iremos tolerar em momento algum que esse tipo de ocorrência ocorra em solo capixaba. Esses indivíduos que, por ventura, vem pra cá se arriscar nesse tipo de ocorrência, ou serão presos ou voltarão para seus estados de origem no caixão. Diante do estrito cumprimento legal em legítima defesa. O Espírito Santo não será um porto seguro para esses tipos de criminosos que atuam invariavelmente nos municípios e nos estados vizinhos", disse o comandante geral da Polícia Militar do estad, Douglas Causs.

 

 

Ataque criminoso

O município de menos de 13 mil habitantes foi alvo decriminosos que fecharam a cidade, explodiram três agências bancárias, fizeram um refém e espalharam o medo.

"Pegou a gente de surpresa. A gente nunca passou por uma situação dessa", declarou uma moradora, com medo de se identificar.

A ação foi classificada como um ataque do tipo 'novo cangaço', ação de organizações criminosas fortemente armadas que cercam pequenas cidades para praticar assaltos, geralmente a agências bancárias.

Durante a tarde, muitos moradores queriam ver de perto a destruição deixada pelos criminosos. As agências atacadas foram limpas e a Defesa Civil avaliou a estrutura dos imóveis.