Após a prisão de dois dos sete suspeitos de ataques a ônibus e a uma empresa de marmitas na Grande Vitória, a Polícia Civil agora investiga se a ordem para os crimes partiu de dentro dos presídios. O secretário de Justiça do Estado, Luiz Carlos Cruz, suspeita que até advogados façam a ponte entre os criminosos de dentro e de fora das penitenciárias.
 

“Isso é feito através de visita com familiares, visita íntimas e através de visitas com advogados. Infelizmente, temos advogados utilizam da carteira da OAB para servir como pombos-correios levando e trazendo informações”, disse.
 

Como parte dessa investigação, por volta de meio-dia desta sexta-feira (22), o detento Carlos Alberto Furtado, o Beto, chegou para prestar depoimento na delegacia Patrimonial.
 

Ele estava escoltado por um forte esquema de segurança. Beto comandava o tráfico no bairro da Penha e, segundo a polícia, está preso há 11 anos. Durante o depoimento, a delegacia ficou fechada. Duas horas depois, Beto voltou para a cadeia.

 

Investigação interna



Além da Polícia Civil, a Secretaria de Justiça também abriu uma investigação interna. O secretário Luiz Carlos Cruz admitiu que há comunicação entre os presos e traficantes que comandam grupos criminosos. O secretário falou da participação de parentes e até de advogados.
 

“Estamos identificando muita movimentação de advogados para alguns presos, que são presos que têm uma importância estratégica no crime organizado no Espírito Santo. Existe, sim, comunicação entre os líderes com seu grupo criminoso aqui do lado de fora”, disse.