O filho de Carmem dos Santos, Ulisses de Almeida, 28 anos, se entregou na Delegacia de Atendimento à Mulher de Cariacica – DEAM, na manhã desta quinta-feira, 07, perturbado e detalhou como matou a mãe.

 

Com Valdete Maria Cordeiro de Farias, 53 anos, deficiente física e acamada ele não fez nada, mas ela acabou morrendo dias depois, a perícia vai explicar a causa.

 

Tudo indica que tenha falecido pela falta dos medicamentos, alimentação e água. 

 

A Reportagem conversou com o delegado David Santana que informou que, Ulisses foi a DEAM de Cariacica pedindo para conversar com o delegado e lá contou como tudo aconteceu a delegada Fernanda de Souza Diniz.

 

O crime é envolto numa cortina de crueldade e revolta, a psicanálise certamente a ter uma explicação para o ato.

 

Ulisses teria ouvido vozes e ao avistar um martelo embaixo de uma cama, ele deitado no chão, em um tapete, o pegou, colocou na cintura, foi a cozinha, apanhou uma faca e se dirigiu ao quarto da mãe, estava decidido a matá-la, iria devolver todo o mal que ela teria feito a ele.

 

Ulisses compareceu de forma espontânea na delegacia querendo saber informação por conta do delito que cometera em Piúma, sendo atendido pela escrivã que, de posse do RG dele fez consultas no Sistema e nada encontrou. Em seguida, ele contou aos policiais em uma sala que havia matado a mãe, Carmem dos Santos, em Piúma, onde ela morava.

 

A delegada fez contato com David, em Piúma, que, com os dados de Ulisses acabou encontrando a casa, enviou policiais ao local que arrombaram a porta após sentirem um odor forte e descobriram os dois corpos já em estado de decomposição.

 

Abandono

 

Ulisses nasceu em Vila Velha em 16 de setembro de 1991 e foi registrado por Maria da Penha Almeida e Guilherme de Almeida. Ele contou que Carmem teria ido até a porta de Maria da Penha e o deixado e nunca mais voltou. Esta família o adotou.

 

Tempos depois Ulisses soube através de Carmem que, quando ele tinha 6 anos de idade ela foi a casa de Maria da Penha para pegá-lo de volta, mas a mãe adotiva já havia falecido e ele estava morando em São Paulo com a irmã de sua mãe, a Maria de Lourdes e com o esposo dela, José Carlos.

 

 

Na casa de Carmem residiu apenas três meses e decidiu morar de aluguel sozinho, porque a mãe biológica praticamente o colocou para fora de casa. Decepcionado e triste este teria sido o estopim para começar a usar maconha e crack. Trabalhava e pagava aluguel e se drogava. Atribulado, vivendo em situação de rua por três meses, Ulisses chegou a pensar em acabar com a vida de Carmem. Iria se vingar acreditando que tudo de ruim que acontecia com ele era culpa dela.    

 

No dia 03 de novembro depois de ter passado três dias sem se drogar ele voltou ao submundo do crack e começou a pensar no assassinato.

 

E, na madrugada do dia 04, voltando para casa drogado, deitou-se no chão do quarto de Carmem, em cima de um tapete e viu o martelo embaixo de uma das camas.

 

Chegou a pensar em usá-lo, mas depois disse para ele mesmo, que o que ela teria feito a ele de ruim era passado, que devia esquecer, entretanto, não conseguiu evitar.

 

O crime

 

Por volta de 4h00 da madrugada, drogado, Ulisses pegou o martelo, colocou na cintura e foi até a cozinha, onde pegou também uma faca, voltou e ficou parado de frente para a cama da mãe, olhando-a dormir.

 

Neste instante, ele começou a dar marteladas na cabeça dela, até o cabo do martelo se soltar.

 

Dando continuidade ao monstruoso assassinato, desferiu algumas facadas na mãe.

 

Depois pegou o cinto que estava usando e apertou o pescoço dela com ele, e, chegou a passar a faca no pescoço dela com intenção de atingir a artéria femoral.

 

“Depois de muito estrangulamento e ter passado a faca no pescoço dela, eu vi muito sangue. Depois passei a faca nos pulsos dela. Também enfiei o cabo do martelo dentro da boca dela, rodei, ele ficou mexendo para todos os lados, ouvindo os estalos dos ossos quebrando, depois disso ela não se mexeu mais”, confessou.