O Espírito Santo já está há mais de 60 dias sem registrar um feminicídio. De acordo com os dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), desde que o dado passou a ser monitorado – em 2016, com a criação da Lei 13.104/2015 (Lei do Feminicídio) no ano anterior –, essa foi a primeira vez que esse resultado aconteceu.

 

O último caso ocorreu em 28 de março desse ano. No total, são oito casos no ano de 2020, contra 13 nos cinco primeiros meses do ano passado. A redução é de 38,5%. Destaque para a Região Metropolitana, com três casos registrados contra sete em 2019. Uma redução de 57,1%. A região noroeste não apresenta nenhum feminicídio em 2020.

 

O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, coronel Alexandre Ramalho, acredita que o intenso trabalho das polícias, seja na parte repressiva, seja na preventiva, é o fator crucial para que se chegasse a esse período sem registro de crimes do tipo.

 

“Nós temos um trabalho intenso, operacional, das nossas Delegacias da Mulher e da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), na Polícia Civil, as visitas tranquilizadoras da Polícia Militar, com a Patrulha Maria da Penha, além da Gerência de Proteção à Mulher da Sesp, que coordena a Casa Abrigo. Temos projetos de conscientização também como o ‘Homem que é Homem’. Cada um contribui de maneira essencial para que cheguemos a um resultado marcante como esse. Zero mortes é o dado que nós sempre buscamos”, afirmou.

 

Homicídios de mulheres

 

Em relação a homicídios de mulheres, em que são incluídas as mortes que não têm como causa a violência doméstica, a redução é de três casos, ou 7,7%, no comparativo com 2019. São 36 mortes esse ano, contra 39 no mesmo período do ano passado.

 

A maioria dos casos apresenta como motivação o envolvimento com o tráfico de drogas. Em relação a esse dado, todas as regiões do Estado apresentam redução, com exceção da região serrana, que tinha zero casos em 2019 e esse ano tem três, sendo dois feminicídios.

 

De acordo com os dados do Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes) e das delegacias de proteção à mulher, a violência doméstica vem diminuindo no Estado desde o início do mês de abril. De janeiro a abril de 2020 foram 873 ocorrências a menos registradas em delegacias, com a tipificação violência doméstica, 366 acionamentos a menos no Ciodes e 258 denúncias a menos no Disque-Denúncia 181.

 

Mesmo com a pandemia provocada pela proliferação do novo Coronavírus (Covid), as Delegacias da Mulher não pararam de atender e a Polícia Civil ampliou a Delegacia Online (Deon), para o atendimento a vítimas de violência doméstica. Toda a ocorrência, inclusive com marcação de exames de corpo de delito, pode ser feita pela internet.