Na última sexta-feira (10) a Folha do ES publicou sobre uma ocorrência policial que acabou com a prisão de um servidor público do município de Itapemirim.

Entretanto o nome do servidor não foi revelado. Sites institucionais como o da Polícia Militar do Espírito Santo (PM-ES), Polícia Civil do Espírito Santo (PC-ES), Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) e nem mesmo a Secretaria de Justiça ( Sejus) divulgaram informações sobre a referida ocorrência, como é de praxe que o faça.

Pois bem, seguindo sua linha analítica e investigativa a Folha do ES apurou de modo mais profundo o caso. O homem em questão é Hemerson Pereira de Oliveira, Chefe de Divisão de Apoio Administrativo, conforme Portal da Transparência da Prefeitura Municipal de Itapemirim.

 

Hemerson é um dos homens de confiança do prefeito cassado, Thiago Peçanha Lopes, como ostentam em registros nas redes sociais.

 

Além disso, foi um dos coordenadores da campanha de Rildo Peçanha, primo de Thiago Peçanha, para vereador.

 

O fato é que Hemerson estava em Itaipava com um carro modelo Jeep Renegade clonado, com restrição de furto e roubo. Uma pistola 9mm, sem registro, com 37 munições além de R$ 9.846,00 em espécie. O servidor contou aos policiais que em seu sítio havia outra pistola sem registro com mais munições. Diante dos fatos a Polícia Militar realizou mais buscas nos imóveis de Hemerson e sua esposa, que o acompanhava, encontrando em um cofre a quantia de R$ 89.000,00 (oitenta e nove mil reais) em espécie.

Ora, caros leitores, segundo o Portal da Transparência do município em que Hemerson é servidor, sua remuneração líquida é pouco mais de 2 mil reais. O que é incompatível com o patrimônio adquirido, sejam as armas, munições e principalmente os valores exorbitantes em dinheiro vivo sem justificativa de origem.

Ao ter conhecimento dos fatos, o prefeito determinou a exoneração de Hemerson. Como se diz no ditado, a corda sempre estoura no lado mais fraco. Entretanto, existem muitas lacunas a serem preenchidas nesta linha de raciocínio, provavelmente alguma compensação Thiago Peçanha irá dispor a este seu afeto, em decorrência da inevitável exoneração.

O criminoso, preso em flagrante, está no Centro de Detenção Provisória, à disposição da Justiça. Como se trata de uma prisão em flagrante o inquérito foi instaurado de ofício e já remetido ao juízo daquela comarca, neste caso, o processo da 1º Vara Criminal está concluso para decisão do juiz.

 

Agora fica a pergunta, em se tratando de um mero servidor, com remuneração de 2 mil reais (sem que isto implique em demérito para a classe), à quem interessava tanto a omissão de tais informações?