Nesta quarta-feira (23), o  ex-governador Sérgio Cabral passou mal e desmaiou a cadeia ao receber a notícia do pedido de prisão do filho. José Eduardo Neves Cabral é um dos procurados da  Operação Smoke Free , deflagrada hoje pela  Polícia Federal (PF) e pelo  Ministério Público Federal (MPF) contra "uma organização criminosa armada e transnacional especializada em comércio ilegal de cigarros".

 

Sérgio Cabral está preso no Batalhão Especial Prisional (BEP) , no Rio de Janeiro , e foi atendido na enfermaria da unidade na manhã de hoje, de acordo com o outro filho Marco Antônio Cabral e a Polícia Militar.

 

Até o momento, 13 pessoas que são alvo da operação foram presas, mas o filho do ex-governador ainda não foi encontrado. Entre os alvos estão PMs, bombeiros e um policial federal. Adilson Coutinho Oliveira Filho, conhecido como Adilsinho, é procurado desde a Operação Fumus, de junho de 2021, também contra o comércio irregular de cigarros.

 

De acordo com a PF, o grupo investigado teria causado prejuízos de cerca de R$ 2 bilhões à União. Na operação, a polícia conta com o apoio da US Homeland Security Investigations, a Agência de Investigações de Segurança Interna dos Estados Unidos.

 

Como parte da ação, a 3ª Vara Federal Criminal do  Rio de Janeiro expediu 50 mandados de busca e apreensão e determinou bloqueio, sequestro e apreensão de bens — como imóveis, carros de luxo, dinheiro em espécie e criptomoedas — no valor de R$ 300 milhões.

 

A investigação do caso começou em 2020 e, segundo a PF , desde 2019 "o grupo criminoso atuava reiteradamente, com falsificação ou não emissão de notas fiscais, depositava, transportava e comercializava cigarros oriundos de crime em territórios dominados por outras organizações criminosas, como facções e milícias".

 

Como consequência disso, a corporação informou que havia lavagem de dinheiro dos recursos obtidos de forma ilegal, além de remeter altas quantias de dinheiro ao exterior de forma irregular.

 

Conforme os investigadores, a quadrilha também contava com uma "célula de serviço paralelo de segurança", coordenada por um policial federal e integrada por policiais militares e bombeiros.

 

"O grupo econômico que suporta a organização criminosa investigada é devedor contumaz da União e possui débito tributário de aproximadamente R$ 2 bilhões, segundo informado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional", afirmou a PF .

 

Os integrantes do grupo podem responder pela prática de crimes de sonegação fiscal, duplicata simulada, receptação qualificada, corrupção ativa e passiva, lavagem de capital e evasão de divisas. Caso sejam condenados, podem pegar 66 anos de prisão.