No primeiro turno das eleições 2018, quando dois terços das cadeiras do Senado foram postas para votação, 46 dos 54 cargos disponíveis foram ocupados por novos nomes, o equivalente a 85%. 

Essa é a maior renovação desde o fim da ditadura militar. Dos 32 parlamentares que tentaram a reeleição, somente oito conseguiram novo mandato, entre eles Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, Ciro Nogueira, do PP do Piauí e Humberto Costa do PT de Pernambuco.

O professor Luiz Bueno, da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), avalia que o impacto dos escândalos de corrupção e o comportamento inadequado de figuras políticas tiveram efeito no momento do voto. "As pessoas levaram a sério a questão da corrupção. Figuras muito tradicionais não conseguiram cargos e isso é um marco da nossa história, uma coisa inédita. Além disso, o espectro não focou em um só partido". Segundo ele, os números servem de alerta, já que três em cada quatro senadores que tentaram a reeleição não renovaram seus mandatos.