A operação foi deflagrada as 06 horas da manhã da última quinta-feira (05) quando quatro viaturas da Polícia Federal, descaracterizadas, conduziram Odilon Ayub Alves, servidor de carreira da Receita Federal, residente em Itapemirim, para prestar esclarecimentos na Superintendência Regional, em Cachoeiro, na madrugada da última quinta-feira (05). 


O depoimento de Odilon foi acompanhado por seu irmão, Yamato Ayub Alves, que também é advogado, e durou cerca de 40 minutos. O fato é que Ayub utilizou o acesso que possui ao sistema da Receita Federal, onde trabalha há 14 anos, para bisbilhotar as contas de ninguém menos que... o Presidente da República. 


A mancada acendeu um alerta no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, liderado pelo General Augusto Heleno Ribeiro que, segundo informações do depoente, permanece em constante vigilância após o atentado sofrido por Bolsonaro, em 06 de setembro de 2018. Logo Odilon teve que explicar a motivação de sua pesquisa por dados financeiros e pessoais do Presidente. As hipóteses da investigação ventilam desde mera curiosidade e imprudência técnica à espionagem com tráfico de informações para fins políticos. 


De toda forma, Odilon, que é irmão da deputada federal Norma Ayub (DEM), foi ouvido e liberado para se apresentar à Receita Federal onde também responderá a um Processo Administrativo Disciplinar. As investigações seguem em segredo de justiça.


Familiares de Odilon respiram aliviados pelos desdobramentos presentes até o momento. Em seu perfil de uma rede social Dona Henedina Ayub, tia, compartilha “Menos grave né. Só na cabeça dele (Odilon) usar o computador da Receita pra saber dados do Bolsonaro(...) Sabemos que torciam para que fosse roubo ou até propina. ”


Procurada, a assessoria de Norma Ayub pelo telefone 28 999092085 não quis se pronunciar. Em contato com a própria deputada, pelo telefone 61 99513034, a mesma disse que seu irmão Yamato cuidaria de tudo.
Imagens de câmeras da vizinhança mostram de relance o momento da operação.