O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara e filho do presidente Jair Bolsonaro, defendeu nesta terça-feira (14) a posse de armas nucleares e disse que o Brasil seria levado "mais a sério" caso tivesse um "poder bélico maior." 

 

"É como o [presidente Donald] Trump fala: um grande governo começa com grandes Forças Armadas. Se tivéssemos os caças Gripen, o Prosub [Programa de Desenvolvimento de Submarinos] já finalizado, com os submarinos nucleares que têm autonomia muito maior dentro d'água; se tivéssemos um efetivo maior, um poder bélico maior, talvez fossemos levados mais a sério pelo [ditador da Venezuela, Nicolás] Maduro, ou temido quem sabe pela China ou pela Rússia", declarou o deputado, durante uma palestra a alunos do curso superior de Defesa da Escola Superior de Guerra, realizada na Câmara.  

 

Lembrando que o Brasil assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) durante o governo Fernando Henrique Cardoso, Eduardo Bolsonaro disse que o país sofreria uma série de sanções caso optasse por "atropelar" o acordo internacional e desenvolver um programa para a construção de uma bomba atômica.

 

"É um tema muito complicado, mas eu acredito que pode um dia voltar ao debate aqui, quem sabe resgatando as falas do [deputado falecido] Enéas Carneiro. São bombas nucleares que garantem a paz ali no Paquistão. Como seria a relação do Paquistão com a Índia se só um dos dois tivesse bom nuclear? Será que seria da mesma maneira do que hoje? Claro que não", disse.    

 

"Eu sou entusiasta dessa visão. Pouco me importa, vão falar que eu sou agressivo ou que eu quero tocar fogo no mundo. Mas de fato, por que o mundo inteiro respeita os Estados Unidos? É o único país que têm condições de abrir duas frentes militares, duas guerras em qualquer lugar do mundo", acrescentou o parlamentar.

 

"O terrorista, o criminoso, o ditador sanguinário só respeitam uma coisa: a força", concluiu. O ex-deputado Enéas Carneiro, morto em 2007, defendia que o Brasil desenvolvesse uma bomba atômica para que o país se impusesse diante da comunidade internacional.  

 

Na mesma palestra, Eduardo Bolsonaro disse que o "politicamente correto" lhe impede de falar algumas coisas sobre a crise na Venezuela.