O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (8) que “2 renomados médicos” se recusam a divulgar que fizeram tratamento com cloroquina para se recuperarem da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. De acordo com o presidente, os profissionais não divulgam as informações por “questões políticas”.

Bolsonaro disse também que acredita que eles “devem falar brevemente” sobre o caso uma vez que fizeram o juramento de Hipócrates –compromisso declarado por médicos na ocasião de sua formatura.

Na postagem, Bolsonaro diz que um desses profissionais pertence à equipe do governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Trata-se de David Uip, chefe do Centro de Contingência contra a doença em SP, recém recuperado da infecção. A dúvida sobre o uso da cloroquina já tinha sido exposta por Bolsonaro na terça-feira (7), quando o presidente divulgou um vídeo de uma entrevista que Uip concedeu a José Luiz Datena no programa “Brasil Urgente”, da Band TV.

O apresentador perguntou se Uip usou hidroxicloroquina; o médico respondeu que caberia aos médicos que o trataram responder. “Então tomou. Se é protocolo, se o Ministério [da Saúde] autorizou, então tomou”, respondeu Datena. No tweet, Bolsonaro repetiu a pergunta.

Mesmo se confirmado, o uso da cloroquina no tratamento dos médicos, por si só, não atestaria necessariamente que a droga foi responsável pela recuperação dos paciente. A maior parte dos infectados pelo novo coronavírus tem melhora sem o uso da substância.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) diz que ainda não há cura para a covid-19. No Brasil, o protocolo do Ministério da Saúde indica a prescrição da cloroquina para casos graves e avançados da doença. Em entrevista à imprensa, o ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) disse em que não recomenda o uso indiscriminado do medicamento.