Em 2014, 25.063 candidatos apresentaram candidatura ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É certo que desde julho alguns já foram impugnados e outros desistiram de concorrer mas, ainda assim, decidir em quem votar com tantas opções é uma tarefa complicada. A internet disponibiliza diversas ferramentas que permitem conhecer candidatos, suas propostas e suas trajetórias sem sair de casa. Esses canais evitam que o eleitor fique refém só do conteúdo divulgado pelos candidatos ou partidos. ÉPOCA preparou um guia para você escolher bem em quem votar no próximo dia 5 de outubro e não se arrepender nos próximos anos. Confira:

 

Guia de voto  (Foto: Época)

Em 2014, 25.063 candidatos apresentaram candidatura ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É certo que desde julho alguns já foram impugnados e outros desistiram de concorrer mas, ainda assim, decidir em quem votar com tantas opções é uma tarefa complicada. A internet disponibiliza diversas ferramentas que permitem conhecer candidatos, suas propostas e suas trajetórias sem sair de casa. Esses canais evitam que o eleitor fique refém só do conteúdo divulgado pelos candidatos ou partidos. ÉPOCA preparou um guia para você escolher bem em quem votar no próximo dia 5 de outubro e não se arrepender nos próximos anos. Confira:

>> Você já escolheu o seu candidato?

 

 

 

 

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1º passo – Descobrir qual é a função de cada cargo

É importante saber que função aquela pessoa terá de cumprir se for eleita. Nestas eleições, os brasileiros vão eleger presidente, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais (ou, no Distrito Federal, deputados distritais). ÉPOCA publicou uma série explicando cada um dos cargos. Confira abaixo:

>> O que faz um presidente?
>> O que faz um governador?
>> O que faz um senador?
>> O que faz um deputado federal?
>> O que faz um deputado estadual?

Ao conhecer a função de cada um, siga os próximos passos.

2º passo – Conhecer as ideologias dos partidos (e coligações) e identificar com os seus valores

Há atualmente 32 partidos políticos no Brasil. Ainda que por vezes eles não apresentem ideologias claras, é interessante observar qual o histórico de cada um e quais bandeiras defendem. Os partidos também ajudam a filtrar candidatos que combinem mais com o que você pensa. Além disso, depois de eleitos, os políticos terão que governar seguindo a linha da legenda.

Para cargos proporcionais (deputados federais e estaduais) a relação é ainda mais clara. Afinal, nestes casos o eleitor vota na coligação e não só no nome do candidato. Como explica o professor do Insper Leandro Consentino: “Quando você dá um voto ao fulano de tal do partido X você está ajudando não só esse candidato como todos da coligação do partido dele. Os mais votados dessa coligação, que atingirem um determinado número de votos, é que serão eleitos”.

O site do TSE disponibiliza uma lista com todos os partidos brasileiros. Lá, é possível ler o estatuto de cada legenda, acessar o site e ter mais informações sobre cada uma:
 

O Tribunal Superior Eleitoral traz informações sobre todos os partidos brasileiros (Foto: Reprodução)(clique na imagem)

Além disso, é importante refletir que tipos de valores são relevantes para você e quais ideias você gostaria de ver postas em prática. O professor de Ciência Política Bruno Comparato, da Universidade Federal de São Paulo, diz que é preciso se identificar com o candidato, pois ele estará representando a população que o escolheu no governo. “Claro que todas as opiniões não serão iguais, mas é bom ver como eles se posicionam em grandes questões.”

É importante lembrar que, ao eleger um candidato, estamos escolhendo um representante para toda a população. Por isso é bom ponderar se tais valores também serviriam ao bem comum.

No site Repolítica é possível pesquisar candidatos comparados com suas opiniões políticas pessoais, mas peca por não listar todos os inscritos na eleição:
 

O site Repolítica permite pesquisar candidatos por suas opiniões políticas, mas não lista todos os inscritos na eleição (Foto: Reprodução)(clique na imagem)

3º passo – Conhecer o candidato

Uma vez ciente do que será esperado dele, caso chegue ao Poder, e quais as ideias por trás do partido, é bom conhecer o histórico do candidato. Quem ele é, qual sua profissão e o que já fez em sua vida pública. Uma busca no Google ajuda. Porém, alguns sites oferecem dados extras. Um deles é o Quem quer virar excelência?, da ONG Transparência Brasil. Nele, é possível verificar dados como os bens declarados, cargos para os quais já concorreu e carreira política. Há opção de buscar por profissão, localidade, partido, nome e número:
 

Quem quer virar Excelência? Lista informações sobre todos os candidatos deste ano (Foto: Reprodução)(clique na imagem)

O site do TSE também mostra dados sobre os candidatos, como bens divulgados, nomes de vice ou suplentes, e propostas de governo:
 

A ferramenta do TSE permite pesquisar informações disponibilizadas pelos candidatos e partidos (Foto: Reprodução)(clique na imagem)


Está considerando votar em um veterano da política? Nada mais justo do que verificar o que ele já fez em outros mandatos, certo? O site Excelências, também da Transparência Brasil, traz dados pessoais, cargos relevantes, histórico de candidaturas e filiação partidária, o que fez no cargo e se foi parar nos tribunais, e com quem tem um parentesco político.
 

O site Excelências acompanha o dia a dia dos políticos e permite que o eleitor acompanhe o mandato de quem já foi eleito (Foto: Reprodução)(clique na imagem)

Se for escolher um legislador, outra opção é verificar nos sites da Câmara dos Deputados, Senado ou da Assembleia Legislativa estadual. Neles é possível saber qual o nível de presença do candidato, quais projetos apresentou (e como está o andamento de cada um) e qual a proporção de matérias irrelevantes que ele defendeu. É interessante ver também os votos que deu em diferentes projetos e seus pronunciamentos.
 

O site da Câmara dos Deputados permite fazer buscas sobre os projetos e votos de cada parlamentar, além de seus votos (Foto: Reprodução)(clique na imagem)

O site do Senado tem várias ferramentas para ter mais informações sobre quem já trabalhou na casa (Foto: Reprodução)(clique na imagem)

Se a dúvida ainda persiste, o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) faz uma lista com 100 deputados federais e senadores mais influentes no Congresso Nacional. Como todo ranking, os critérios podem ser questionados, afinal política não é uma ciência exata e muitas vezes é difícil medir concretamente a atuação dos parlamentares. No entanto, ponderando se você considera boas medidas, dá para avaliar o desempenho dos candidatos com base na lista anual:
 

Desde 1994 o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar faz avaliações anuais dos parlamentares (Foto: Reprodução)(clique na imagem)

4º passo – Saber quem o financia

Empresas investem milhões de reais em campanhas políticas e há casos em que, após as eleições, surgem dúvidas sobre os financiadores de campanha. Além disso, é possível desconfiar de candidatos que são apoiados por empresas que contrariam suas propostas. Para Consentino, por vezes, doadores de campanha não fazem doação, mas sim investimento no candidato. 

Os dados deste ano são disponibilizados no site do TSE:
 

O TSE disponibiliza dados sobre as doações que os candidatos receberam para estas eleições (Foto: Reprodução)(clique na imagem)

Já o site Às Claras permite pesquisar prestações de contas da campanha de 2002 a 2012. Segundo a coordenadora da ONG Transparência Brasil, que organiza o projeto, Natália Paiva, tais dados são importantes para descobrir quais grupos de interesse têm influência com cada candidato, “é ver quem apostou nele”:  
 

O portal Às Claras mostra quem financiou campanhas de 2002 a 2012 (Foto: Reprodução)(clique na imagem)

5º passo – Conhecer suas propostas 

Depois de conferir quem é o candidato, chegou a hora de ver o que ele propõe e se suas propostas são possíveis e bem estruturadas. Afinal, não adianta prometer acabar com a fome do Brasil sem listar os mecanismos que utilizará para colocar o projeto em prática. Normalmente, os candidatos disponibilizam suas ideias em seus sites. E, pelas redes sociais e atos de campanha, é possível confrontá-los e questionar sobre os temas de seu interesse.

Além disso, candidatos à presidência devem apresentar um plano de governo no site do TSE. Nem todos fizeram isso, mas vale ler os que estão lá na aba “Propostas de Governo” (e talvez considerar esse fator na hora do voto).
 

A ferramenta do TSE permite pesquisar informações disponibilizadas pelos candidatos e partidos (Foto: Reprodução)

6º passo – Acompanhar o trabalho depois de eleito

É um erro pensar que o “FIM” que aparece na urna eletrônica realmente marca o término do envolvimento político do cidadão. Um dos passos mais importantes fica pelos próximos quatro anos. Além de fazer uma escolha consciente, é preciso acompanhar o candidato depois de eleito para cobrar que sua atuação seja coerente com as promessas de campanha.

Segundo Consentino, as eleições devem ser o começo de uma relação íntima entre nós, representados, e os representantes eleitos. “Se nos eximirmos de fazer este acompanhamento, não adianta reclamar depois e será muito difícil premiar ou punir o eleito na eleição seguinte com um novo voto.“

Para ajudar a não deixar essa função cidadã de lado, o site Newsletter Incancelável permite que você cadastre o nome de quem você irá votar e, pelos próximos quatro anos, ele mandará um resumo semanal com as principais notícias sobre aquele candidato. Como define o site, o serviço é, assim como o voto, "uma decisão importante e irreversível com a qual você terá que conviver por quatro anos".
 

Newsletter incancelável, assim como seu voto, uma decisão que durará quatro anos (Foto: Reprodução)