O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC) deu um "showzinho" na CPI da Covid na última quarta-feira, 16. Witzel afirmou ter sofrido retaliações do Governo Federal durante seu mandato por não apoiar Bolsonaro . Ele também defendeu que existem indícios de intervenção no RJ no caso Marielle e atos de perseguição contra si . Witzel pediu uma reunião secreta apenas com os membros da CPI para falar abertamente sobre o assunto.

"Ontem tivemos o ex-governador do Rio Wilson Witzel dando seu showzinho lá combinado com o relator Renan Calheiros, o presidente do colegiado Omar Aziz e aquele senador saltitante, atleta de salto em altura", disse Bolsonaro. O "senador saltitante" é uma suposta referência ao vice-presidente da CPI, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Bolsonaro já se referiu a ele dessa maneira, em maio deste ano, quando ele pediu que o presidente fosse convocado a depor na comissão parlamentar de inquérito no Senado Federal.

"Olha que cara-de-pau desse Witzel. Foi denunciado ontem mesmo. Tornou-se réu ontem mesmo", comentou o presidente. "Falou que eu procurei ele para fazer campanha no Rio e que ele me ajudou nas eleições do Rio de Janeiro. É um cara-de-pau sem tamanho, pessoa que envergonha a magistratura", disse Bolsonaro.

Na quarta, 16, a juíza Caroline Figueiredo, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, aceitou denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra Witzel e outras 11 pessoas acusadas de corrupção em contratos na área da Saúde.

Amparado por um Habeas Corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Witzel encerrou seu depoimento antes do previsto após ser atacado por senadores alinhados ao Governo Federal, entre eles, o filho do presidente senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e o senador Jorginho Mello (PL-SC).