O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a ameaçar, nesta quinta-feira (8/7), a realização das eleições do ano que vem, na qual deve pleitear mais um mandato presidencial.

Durante conversa com apoiadores, no Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que as “eleições do ano que vem serão limpas”, em referência ao voto impresso, “ou não teremos eleições”.

O titular do Palácio do Planalto tem colocado o voto impresso como condição para legitimar o sistema eleitoral. O de hoje – pelo qual o atual chefe do Executivo nacional foi eleito para consecutivos mandatos como deputado federal, e para presidente da República, em 2018 – tem urnas eletrônicas sem impressão dos votos e, segundo Bolsonaro, permite fraudes.

O presidente costuma dizer que teria vencido a eleição de 2018 no primeiro turno, e já foi intimado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para apresentar provas do que alega.

“As eleições do ano que vem serão limpas. Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não teremos eleições”, disse o mandatário. A fala foi transmitida por um canal simpatizante ao governo.

Recentemente, Bolsonaro tem escalado a retórica contra o atual sistema eleitoral. Na quarta-feira (7/7), o chefe do Executivo federal afirmou que o seu lado “pode não aceitar o resultado” das eleições do próximo ano.

“Eles vão arranjar problemas para o ano que vem. Se esse método continuar aí, sem inclusive a contagem pública, eles vão ter problema, porque algum lado pode não aceitar o resultado. Esse lado obviamente é o nosso lado, que pode não aceitar esse resultado. Nós queremos transparência. […] Havendo problemas, vamos recontar”, disse, em entrevista.

Na semana passada, ele afirmou que só passará a faixa presidencial se o voto for impresso. “Eu entrego a faixa presidencial para qualquer um que ganhar de mim na urna de forma limpa. Na fraude, não”, declarou durante transmissão ao vivo nas redes sociais, em 1º de julho.

Em maio, Bolsonaro subiu o tom e afirmou que, caso o voto impresso não seja implementado no pleito do próximo ano, “é sinal de que não vai ter eleição”.