O prefeito de Pará de Minas (MG), município que abriga a barragem da Usina do Carioca, disse nesta segunda-feira (10) que a estrutura, sob responsabilidade da empresa Santanense, ainda pode romper por força da água e inundar regiões próximas, onde há fazendas e residências.

Apesar da retirada de moradores da zona de risco, duas famílias ainda estão no local, disse o prefeito, Elias Diniz. “Na parte de Pará de Minas, deslocamos 30 pessoas. E nas cidades próximas, de Onça do Pitangui e Conceição do Pará, mais 100 pessoas. Estamos ainda com duas famílias ilhadas”, disse.

O prefeito diz que será feito um sobrevoo de helicóptero sobre a área da barragem na manhã desta segunda-feira, para identificar eventuais danos à represa e fazer o resgate das famílias. “Não temos acesso através das pontes. A água está passando por cima”, disse.

Com as chuvas e o transbordamento da barragem, cerca de 80% do plantio das fazendas do entorno da represa foram destruídos, disse o prefeito, e a situação pode ser ainda mais grave diante de uma eventual ruptura.

A Prefeitura diz que o plano de ação para um eventual agravamento da situação já está sendo colocado em prática com o recolhimento das famílias, mas que há casos de pessoas que voltam para suas residências mesmo diante do risco.

“Sabemos que muitos retornam. A título de cautela, estamos acompanhando novamente e reiterando que as pessoas saiam de suas casas, que vá para ponto de apoio (da Prefeitura) ou para a casa de parentes”, disse Diniz.

O prefeito ressaltou que a identificação sobre a situação real da barragem é um desafio porque ela está tomada pela água e não é possível visualizar eventuais danos à estrutura. Porém, um dos dutos centrais da empresa já rompeu, disse, e existe o risco ainda de as laterais, onde há transbordando mais intenso, cederem diante da pressão da água.

“Precisamos que a empresa em caráter de urgência forneça todo o cálculo e vamos verificar se nessa parte ainda há possiblidade de ruptura”, disse Diniz. “O que nós precisamos é que a equipe de engenharia apresente neste momento toda questão estruturante da barragem para que a gente possa fazer uma análise”, completou.

Segundo ele, os cálculos precisam ser feitos pelas equipes de engenharia do município e da empresa e pelo Corpo de Bombeiros para identificar de maneira mais precisa os riscos e aprimorar o plano de ação.

Apesar do entrave ainda em relação aos dados, o prefeito diz que a empresa tem dado assistência e tido um relacionamento “excelente” com a gestão municipal. O problema, segundo ele, tem sido o volume de água na região neste verão.

“Estamos em alerta total. Estamos acompanhando todo o fluxo o volume de água, que está sendo ainda muito expressivo. Só ontem, foram 140 milímetros de água”, disse o prefeito ao mencionar que, o volume normal de chuva para essa época do ano é de 70 milímetros.