O ex-presidente e pré-candidato ao Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira, 21, que é "uma coisa absurda" fazer uma CPI da Petrobras, como o governo de Jair Bolsonaro (PL) sugere. "Ele (Bolsonaro) tenta jogar a sua incapacidade diuturnamente em cima dos outros", afirmou Lula, após evento sobre as diretrizes de governo da campanha, na capital paulista.

 

"O Bolsonaro poderia, numa canetada, como fez o Pedro Parente (ex-presidente da Petrobras), obrigar o presidente da Petrobras a reduzir o preço. Ele poderia ouvir o conselho da Petrobras e reduzir o preço. Se ele tivesse qualquer dúvida, ele poderia reunir o conselho nacional de política energética, o conselho da Petrobras, o presidente da Petrobras e ele, presidente, tomar a decisão de que é preciso reduzir em benefício da sociedade brasileira", disse Lula. "Ele faz muita bravata e mantém o preço alto porque ele não quer brigar com os acionistas que ficam com o lucro que a Petrobras está tendo, que é exorbitante", emendou o petista.

 

O governo federal começou a colher assinaturas de parlamentares para apresentar o requerimento de instalação da CPI da Petrobras, proposta que pretende esmiuçar as regras de preços utilizadas pela empresa, além do repasse de dividendos e benefícios para seus diretores, entre outras informações.

 

Para instalar a CPI, são necessárias 171 assinaturas de parlamentares, um terço do colegiado da Câmara Federal. Ao Estadão, o deputado Altineu Côrtes (PL-RJ) disse que já conseguiu cerca de metade do volume necessário na manhã desta terça-feira, 21, e que, entre hoje e amanhã, deve atingir o número para dar seguimento à proposta.

 

Ao comentar o cenário nesta terça-feira, Lula disse que o governo Bolsonaro está tentando criar "todas as confusões possíveis" para conseguir propor a privatização da Petrobras. "Quem sabe ainda neste ano, como fizeram da forma mais vergonhosa possível o processo de privatização da Eletrobras", afirmou.

 

Lula tem dito que irá alterar a política de preços da Petrobras se eleito, para acabar com o preço de paridade internacional (PPI), que acompanha o mercado externo e depende da cotação de moedas estrangeiras e do cenário geopolítico.