Mariel Delfino pode ter o mesmo destino de colegas, como nos casos do Vereador de Viana-ES, Patrick do Gás, e da Vereadora de Linhares ES,Rosinha Guerreira, dentre outros, todos afastados e presos por Rachid.


Depois da Operação Rubi, que sacudiu o litoral sul do Espírito Santo com prisões e buscas, o GAECO do MP-ES segue com as investigações. 

Presidente da Câmara de Guaçui-ES e secretários são presos por fraude

O agressivo esquema de Rachid do Presidente da Câmara, Mariel Delfino Amaro (PCdoB), pode entrar no radar dos promotores. O Rachid é considerado ato de corrupção, porque desvia dinheiro dos cofres públicos e enriquece ilicitamente o político.

Comenta-se que servidores comissionados da Câmara de Itapemirim dividem seus salários com o Presidente Mariel. Os extratos bancários comprovariam a movimentação ilícita de dinheiro, caracterizando a prática conhecida como Rachid. 

O crime é facilmente detectável pelos extratos bancários do servidor e pela movimentação de dinheiro em sua conta, como saques e transferências. O mesmo modo de investigação ocorre com o político beneficiado pelo ato de corrupção e seus familiares diretos: a quebra do sigilo bancário e a investigação da evolução patrimonial familiar (aquisição de carros, imóveis e outros bens). 

A companheira de Mariel (Rosa Almeida) e sua filha Isabel Amaro também podem ser punidas, como beneficiárias da possível prática de corrupção de Mariel Amaro, a exemplo do que ocorreu com o ex Presidente da Câmara Eduardo Cunha (preso), sua esposa e filha, essas duas últimas processadas e condenadas porque usufruíram do produto do crime.

O GAECO pode inclusive acionar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) para ajudar no pente fino das contas e transações bancárias.

Se confirmado o Rachid, o Presidente da Casa Mariel Delfino Amaro pode ser preso e afastado de seu mandato a qualquer momento. E os servidores possivelmente serão presos em conjunto, a depender do entendimento do GAECO se são co-autores da corrupção ou obrigados a dividir salário por ameaça de demissão.

A companheira e a filha do Presidente Mariel também terão que provar que usufruíram da corrupção sem ter ciência do crime de Rachid,  para se livrarem dos processos e sanções. 

O MP avalia que haverá delações premiadas, pelos benefícios aos eventuais delatores, podendo chegar até a extinção da pena (espécie de perdão judicial).

Nas delações, se aplica o ditado, “quem chega antes, bebe água limpa”, porque os primeiros delatores podem obter mais benefícios. Independente disso, o esquema é tão grosseiro que as provas existentes já provam a corrupção de Mariel, sendo que as investigações podem até dispensar eventuais delações nesse caso. Podem até ajudar, mas não se revelam essenciais, pelo primitivismo do esquema de Rachid. A crença na impunidade é a responsável por essas atrocidades e aberrações com dinheiro público.

Se comprovado, o crime de Rachid resultará em duas ações contra cada um dos acusados: uma denúncia criminal por peculato (desvio de dinheiro público) e uma denúncia por crime de improbidade administrativa (lesão ao erário e enriquecimento ilícito). A partir de então, tornam-se réus e respondem cada um aos dois processos do MP, presos ou soltos.

É um dos piores tipos de acusações contra políticos, porque se considera uma corrupção covarde, segundo fontes da justiça. Os servidores e familiares também responderão às mesmas acusações, no limite de suas responsabilidades.

O caso da “família Queiroz” do Presidente da Câmara de Itapemirim Mariel Delfino Amaro promete abalar a política local, levando um braço da operação Rubi do GAECO para dentro da Casa de Leis do Município.

A expressão “família Queiroz” de Mariel Delfino, que circula em Itapemirim, remete ao escândalo carioca da família de Fabrício Queiroz, ex assessor do então Deputado Estadual Flávio Bolsonaro, demitido após ser pego pelo MP e COAF na prática de Rachid envolvendo vários servidores comissionados, alguns seus próprios familiares.

Na próxima matéria, serão revelados os nomes de todos os servidores que fazem Rachid com o Presidente da Câmara de Itapemirim, Mariel Rufino Amaro. 

Essas revelações prometem abalar a política na cidade, escandalizar a sociedade e encerrar as carreiras dos culpados. Além de dar munição ao GAECO, pela contribuição do jornalismo investigativo, se os promotores já não o sabem.