O deputado estadual Carlos Von (Avante) enviou representação ao promotor de justiça da 24ª promotoria de justiça cível de Vitória do Ministério Público Estadual, Dilton Tallon Depes, promotor que já estava investigando a licitação, para aprofundar na apuração do conteúdo do pen drive que aponta indícios de corrupção do Detran-ES, envolvendo o governador Renato Casagrande (PSB).

Von também pediu a Polícia Federal que investigue o caso, porque os crimes ultrapassam um Estado, havendo indícios de atuação da empresa chinesa DAHUA nos Estados do Ceará e Mato Grosso do Sul, com o mesmo modus operandi do Governo do Espírito Santo. Segundo o deputado, há competência federal porque a suposta organização criminosa age em mais de um Estado. A denúncia mostra isso, com provas.

Promotor Dilton Tallon Depes esta com a responsabilidade de investigar o caso

Ele quer ainda que o Ministério Público suspenda a licitação até que os fatos sejam esclarecidos. Caso confirmada a corrupção e direcionamento, Carlos Von pede ao MP para "anular o certame com a mais rigorosa punição dos marginais que se dedicam a roubar os cofres públicos em meio a uma crise sanitária que matou mais de 320 mil brasileiros, dos quais 7.604 são capixabas".

Von estudou o pen drive com sua equipe e viu provas robustas de que a licitação do cerco eletrônico do DETRAN foi toda montada pela empresa DAHUA, líder do consórcio vencedor, de nome "Pedras Verdes". 

Isso ocorreu em conluio com agentes públicos do governo do Espírito Santo, que recebiam o material pronto e repassavam à comissão de licitação. 

A ponte com a empresa chinesa era Vitor Murad, coordenador de inovação e tecnologia da Secretaria de Governo, homem de confiança e operador do Secretário Tyago Hoffmann. 

A omissão do Governador Renato Casagrande em não mandar investigar e nem suspender a licitação direcionada, mostra que esse é um esquema de corrupção tratado como agenda de governo. 

Isso já é perceptível pelas provas do pen drive, que mostram um total controle da empresa DAHUA sobre todo o procedimento licitatório, um ano e meio antes do edital ser publicado. Somente a mão do Governador daria acesso pleno e irrestrito para isso ocorrer.

Casagrande mostrou desequilíbrio com as reportagens exclusivas da FOLHAES baseadas em provas reais e irrefutáveis do pen drive. Ao invés de esclarecer os fatos, o Governador do ES produziu nota oficial com timbre do governo do Espírito Santo, muito passional, sem assinatura e sem conteúdo, agredindo o jornal e seu jornalista investigativo Jackson Rangel, com 40 anos de atuação de serviço jornalístico à sociedade. 

Não teve coragem e honradez de assinar a nota, revelando desespero com o escândalo do pen drive 4.0, que vai levar gente presa de dentro do governo.