Por Jackson Rangel Vieira
07.abril.2021 às 11:48Atualizado em 09.abril.2021 às 00:24
O parlamentar Carlos Von (Avante) acionou a Ordem dos Advogados do Brasil para apurar caso da licitação de R$ 139 mi do DETRAN. A prova eletrônica mostra que foi todo montado pela empresa chinesa DAHUA, para direcioná-la em seu favor.
Carlos Von é deputado Estadual e membro da Comissão de Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa do Estado do Espírito Santo.
O Presidente José Carlos Rizk Filho recebeu a denúncia e, seguindo o rito de investigação, instaurou procedimento que será analisado por comissão de juristas.
A licitação corrompida ocorreu em conluio com agentes públicos do governo do Espírito Santo, que transformaram a corrupção do cerco eletrônico em uma agenda de governo.
O escândalo envolve diretamente o 1º escalão e o entorno do Governador, como o Secretário de Ciência e Tecnologia Tyago Hoffmann (ex-Secretario de Governo-SEG) e Vítor Murad, coordenador de inovação e tecnologia da SEG. Este cargo foi criado por Hoffmann para esvaziar a Prodest e controlar as licitações milionárias da área de tecnologia, definindo especificações e detalhes que podem direcionar ou não os certames.
A relação com a empresa chinesa DAHUA, líder do Consórcio Vencedor "Pedras Verdes", era feita por ambos, Hoffmann e Murad, um na parte "comercial" e outro na parte "operacional", respectivamente.
O diretor Fábio Lopes e o gerente de engenharia Lucas Kubaski são os elos de corrupção da empresa com o alto escalão do governo do Espírito Santo. Eles foram recebidos o palácio Anchieta, no gabinete do Governador, segundo fontes.
O controle da DAHUA sobre a licitação milionária não ocorreria sem a mão do Governador do Estado. A denúncia fala em propina de R$ 49 mi para Renato Casagrande e seu grupo, como revelaram as fontes internas da empresa no pen drive.
Essas mesmas fontes afirmaram não compactuar com a forma de atuação da direção da empresa chinesa em Estados brasileiros, como Espírito Santo, Ceará e Mato Grosso.
A entrada da OAB na fiscalização dessa licitação aumenta a frente de investigação. A entidade tem experiência e formação jurídica, tendo peso sua contribuição no tema. A gravidade dos fatos revelados no pen drive reclama a atuação da OAB em defesa da sociedade e dos cofres públicos.
Fonte: Folha do ES
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