O Ministro da Corte Luís Felipe Salomão é o relator do processo contra Renato Casagrande, por conta de seu foro privilegiado como governador. O magistrado já enviou para a Procuradoria Geral da República (PGR) analisar.

Outros membros do governo estadual também são investigados, como o Secretário Tyago Hoffmann, seu subsecretário Ricardo Pessanha, o coordenador de Tecnologia Vitor Murad, o Diretor do Detran, membros da comissão de licitação, empresários das empresas DAHUA e Perkóns, dentre outros.

O Ministro Salomão garantirá uma investigação isenta e imparcial, de forma técnica e justa, para interromper essa organização criminosa que atua dentro do Governo do Espírito Santo, formada por agentes públicos e privados. Atuam também em outros Estados.

Em terras capixabas, a Procuradoria Geral de Justiça, a polícia civil e o próprio Governo tentam enterrar o pen drive de qualquer maneira. Antes falavam que não existia, depois que era falsificado, agora falam que é prova ilícita, mentindo sobre a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) que diz justamente o contrário.

Independente do pen drive, também foram identificadas mais de 15 provas autônomas, mas nenhuma das autoridades estaduais mostra interesse em obtê-las. 

Querem é punir os denunciantes, imprensa e parlamentares, dando narrativa política ao governo encurralado. Casagrande corre do pen drive como o vampiro foge da cruz.
 
Está ocorrendo um retrocesso civilizatório no Estado, pelo novo ciclo de impunidade que lembra o período negro da história do Espírito Santo, antes de 2002. 

Nessa época, o crime organizado dava as cartas no governo e nas instituições. O silêncio dos bons imperava. Hoje, o cenário ameaça se repetir, sob Casagrande.

A investigação no STJ pode interromper que esse caso emblemático seja o divisor de águas na visão, funcionamento e integridade das instituições capixabas. 

O mérito disso é da Deputada Federal Soraya Manato, que entrou com denúncia com base nessas provas irrefutáveis, entregues por fontes de dentro da empresa chinesa DAHUA, beneficiada pela fraude na licitação milionária de R$ 139 milhões do Detran.

Essas fontes sigilosas vivenciaram e participaram de toda a montagem clandestina do certame.  Tinham as provas em mãos e resolveram denunciar todo o esquema da empresa chinesa no Brasil.

O Ministério Público de 1º grau, através da 27ª promotoria cível de  Vitória solicitou a suspensão da concorrência. Mesmo assim, de forma um tanto tímida e ainda não mostrando a que veio. 

Nesse ritmo e nesse contexto, a resposta virá de cima, através do Ministro do STJ Luís Felipe Salomão, com a PGR e Polícia Federal. 

E a conta pela omissão e abuso das autoridades estaduais deve chegar logo em seguida, dos mesmos locais, como chegou em 2009, na missão especial de combate ao crime organizado.