O deputado estadual Bruno Lamas (PSB), um dos aliados do governado Renato Casagrande, do seu partido, na Assembleia Legislativa, afirmou ontem (08) que todas as compras foram autorizadas por delegados federais que atuam no Governo: "é polícia federal contra polícia federal porque quem comprava era central de comando e controle gerida inclusive por policiais federais".

E continua: "delegados da polícia federal que coordenavam todo esse núcleo de comando e controle das ações e compras e orçamento do governo do Estado". A declaração estarreceu os demais parlamentares sobre esse "núcleo" de policiais federais dentro do Governo do Espírito Santo para avalizar compras suspeitas.

O deputado, ao tentar defender o governo, acabou acusando delegados federais que estão no governo de terem responsabilidade pelos fatos revelados na Operação Volátil, deflagrada na segunda, 07, envolvendo o secretário da Saúde, Nésio Fernandes. 

O pronunciamento não esclareceu absolutamente nada da compra superfaturada de álcool em gel pela SESA, nem as fortes suspeitas que pairam em torno da empresa TANTUM.

Veja o pronunciamento de Bruno Lamas:

A empresa indicou endereço residencial de fachada no Rio de Janeiro e fraudou atestado técnico de outra empresa do próprio dono para permitir a venda de álcool em gel, pois o CNPJ da TANTUM na Receita Federal informava atividade totalmente estranha à venda de álcool em gel: "montagem e instalação de sistemas e equipamentos de iluminação e sinalização em vias públicas, portos e aeroportos".

A pergunta que não quer calar, feita ontem pelo Deputado Theodorico Ferraço: como a SESA chegou à TANTUM? Quem apresentou ou indicou?

Uma CPI da Assembléia Legislativa  poderá quebrar sigilos para identificar todas essas conexões, encontros e comunicações, inclusive eventual pagamento de propina a agentes públicos estaduais, pois os crimes não se consumariam sem esse conluio. 

A Operação Volátil, bom lembrar, teve grande contribuição de seis deputados do atual Parlamento capixaba, que enviaram denúncias e apurações à Polícia Federal, justamente sobre a compra superfaturada de álcool em gel objeto da Operação. 

São eles: Carlos Von (Avante), Torino Marques (PSL), Capitão Assumção (Patriota), Theodorico Ferraço (DEM), Delegado Danilo Bahiense, Sérgio Majeski (PSB) e Lorenzo Pazolini (hoje Prefeito de Vitória).