Após a divulgação da operação “Volátil”, deflagrada no último dia 07 pela Polícia Federal, que investiga a compra superfaturada de álcool em gel realizada pelo governo do estado do Espírito Santo, sem licitação, durante a pandemia da Covid-19, seis Deputados Estaduais protocolizaram o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa, que, além das seis assinaturas, de acordo com interlocutores do parlamento capixaba, dia após dia, vem ganhando força e se tornando uma dura realidade para o Palácio Anchieta. 

Os Deputados Carlos Von (AVANTE), Sérgio Majeski (PSB), Theodorico Ferraço (DEM), Delegado Danilo Bahiense (Sem partido), Capitão Assumção (Patriota) e Torino Marques (PSL), defendem a abertura da CPI por conta das inúmeras denúncias e suspeitas de compras e contratos efetuados durante o período da pandemia, sem licitação, com valores muito além do mercado, compras direcionadas, com suspeitas de fraude e desvio de recursos que poderiam, de fato, salvar a vida de diversos capixabas no combate ao coronavírus. 

A CPI, que já era defendida por alguns deputados independentes, ganhou ainda mais  tamanho, diante das diversas provas produzidas pela Polícia Federal, que apontam o envolvimento de servidores da Secretaria Estadual de Saúde no direcionamento da compra superfaturada de álcool em gel, com o valor 297%.

O superfaturamento é mais alto do que aquisições realizadas no mesmo período, de um fornecedor, que possui em seu cadastro um imóvel residencial, no estado do Rio de Janeiro e, que, supostamente, teria fraudado seu atestado de capacidade técnica, requisito indispensável para contratações com o Poder Público.

A atividade da empresa no CNPJ informa ser especializada em “montagem e instalação de sistemas e equipamentos de iluminação e sinalização em vias públicas”, atividade incompatível com a venda de álcool em gel, indicando, dessa forma, o direcionamento da compra direta, ou seja, sem licitação, realizada pelo Secretaria de Saúde. 

A CPI da Pandemia, que está prestes a ser instalada na Assembleia Legislativa, terá poderes para investigar com mais profundidade os mais diversos contratos e compras diretas realizadas pelo governo do estado, quebrar sigilos, colher depoimentos, praticar acareações entre suspeitos, dentre outras medidas fiscalizatórias.