A Ministra Carmen Lúcia deu 15 dias para Procuradora Geral da República (PGR) investigar.   


Os três servidores do gabinete da Senadora capixaba no Senado ganham estranhamente R$ 22.943,73 mil reais, cada um, o máximo para cargos comissionados no Senado. 


* leia a íntegra da decisão do STF.



Segundo a denúncia, Suzi Raquel Barbosa Rodrigues, Chefe de Gabinete; Leandro Vieira Rodrigues Barbosa , o marido dela (Suzi); e Wildemar Félix Assunção e Silva, super comissionados do gabinete de Rose de Freitas em Brasília, fazem Rachid com a Senadora. 

Esses crimes de corrupção e peculato ocorrem em Brasília, longe dos holofotes do Espírito Santo, sendo prática antiga da Senadora capixaba desde que era Deputada Federal.

Eles pagam as despesas pessoais de Rose, entregam dinheiro em espécie a ela e quitam boletos de imóveis de luxo no Rio de Janeiro e Vila Velha. Até o aluguel da filha no Rio é pago com dinheiro de Rachid e corrupção. Todo esse modus operandi foi revelado na Operação Corsários da PF, ocorrida em junho deste ano, que apurou desvio de dinheiro público da Codesa para o bolso de Rose de Freitas. 

O Ministro do STF Kássio Nunes Marques foi quem deu as decisões de prisões, busca e apreensão e bloqueio de bens, chamando a Senadora capixaba de "chefe de uma organização criminosa que desviava recursos da Codesa através de contratos no período de 2015 a 2019". 

 

A decisão de Carmen Lúcia, proferida ontem, 28, entrou no debate nacional de investigações contra poderosos paralisadas na PGR. 

A Ministra Carmen Lúcia foi enfática em determinar que a PGR investigue Rose sob supervisão total do STF, com prazo de 15 dias, para impedir que o Procurador Augusto Aras engavete a investigação, sem nenhum controle judicial sobre usa inércia, como já vem ocorrendo no país. Vários casos de impunidade tem sido  criticados pela imprensa nacional.

Por isso, o STF tem reagido contra essa inércia. A Ministra Carmen lidera a ala que quer instituir controle de prazo e das ações da PGR. Não por outra razão, no caso de Rose de Freitas, a magistrada alertou em sua decisão de que não admitirá demoras ou corpo mole nas apurações de rachid da Senadora. 

Nas palavras da magistrada da Suprema Corte, "não seria imaginável supor possível, no Estado democrático de direito, um agente acima e fora de qualquer supervisão ou controle, podendo se conduzir sem sequer ser de conhecimento de órgãos de jurisdição o que se passa ou se passou em termos de investigacão penal de uma pessoa."

Esses três super salários de R$ 22.943,73 mil divididos com Rose não incluem o ticket de alimentação, que representa quase um salário mínimo a mais, no valor de R$ 1.000 mil reais. E ainda tem o 13º salário. Ou seja, os três servidores da Senadora capixaba  ganham quase igual a ela. Rose é uma mãe.

A servidora Suzi Barbosa é quem organiza todo esse sistema de Rachid. Ela é o braço direito de Rose e operadora de seu gabinete em Brasília. 

A quebra de sigilo bancário desses servidores revelará saques constantes e pagamentos de despesas da Senadora. Como já dito acima, a PF conseguiu provas nesse sentido quando deflagrou a referida operação Corsários, tendo a servidora Suzi sido alvo de busca e apreensão e quebra de sigilo do e-mail, assim como a própria Rose.

O irmão dela, Edward de Freitas, foi preso, assim como seu primo-assessor Ricardo Saiter. Os bens e contas bancárias de todos forma bloqueados, inclusive da Senadora. Outros comissionados de seu gabinete de da Codesa indicados por ela também foram alvos.

O mesmo modus operandi do Rachid que a Ministra Carmen Lúcia mandou investigar.


* Ieia a reportagem sobre a Operação Corsários da PF.


 


RACHID TAMBÉM COM EMPRÉSTIMO CONSIGNADO SENADO

Esses três servidores com super salários ainda tem acesso a empréstimos consignados, uma variante de Rachid inventada por Rose. Nesse sistema, o servidor comissionado pega dinheiro em banco, entrega a ela o valor sacado e tem as parcelas do empréstimo debitadas automaticamente de seus salários. 

Esse Rachid torna o servidor refém do empréstimo bancário e já coloca no bolso da Senadora vários meses do valor que seria sacado mensalmente. É o "Rachid de Freitas", como é jocosamente apelidado em Brasília.


OPERAÇÃO CORSÁRIOS

A Senadora foi alvo recente da operação Corsários, deflagrada pela PF por ordem do STF. Os investigadores chamam Rose de Freitas de "chefe de uma organização criminosa que desviava recursos da Codesa através de contratos no período de 2015 a 2019". 

Segundo a PF, o dinheiro desviado era lavado com a compra de imóveis de luxo, um deles em área nobre do Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca. Outra parte da propina era lavada através da simulação de serviços por meio de um escritório de advocacia, repetindo o modus operandi das consultorias da Operação Lava Jato. Serviços falsos, simulados.

O Ministro do STF Kássio Nunes Marques foi quem deu as ordens de prisão do irmão e do primo-assessor de Rose, além de busca e apreensão em seu escritório e residência. É a primeira vez que um Senador do Espírito Santo é alvo de uma Operação de combate à corrupção.


ROSE JÁ FOI ALVO DE DUAS DELAÇÕES 

Além da recente operação Corsário da PF, a senadora Rose de Freitas é investigada por ser alvo de duas delações, uma do doleiro Lúcio Funaro e outra do ex-Governador do Rio Sérgio Cabral.

Na primeira, Rose é acusada de negociar cargos e propina com Eduardo Cunha. Na segunda, é investigada por engavetar requerimentos do então Deputado Anthony Garotinho sobre os esquemas de corrupção da gestão de Cabral, quando ela era Vice-Presidente da Câmara dos Deputados.

Ela teria recebido R$ 700 mil em propinas e sua filha Giulia de Freitas outros R$ 1 milhão, em um escritório que fica em um Shopping de Vitória, segundo os delatores.

 


Relembre a ficha corrida de Rose de Freitas:

- Doleiro afirma que senadora Rose de Freitas recebeu propina de Eduardo

- Delator diz que Rose de Freitas tratou de propina e cargos com Cunha

- Operador de Cabral, Carlos Miranda cita propina para senadores e deputados federais

- Rose de Freitas é citada em delação contra Sérgio Cabral