Uma análise detalhada da mais recente pesquisa do Instituto Futura publicada pelo jornal A Gazeta demonstra que, assim como para deputado federal e estadual, a escolha dos dois senadores do Espírito Santo está indefinida: quase 7 em cada 10 eleitores ainda não sabem em quem vão votar (a dúvida é maior entre as mulheres com 71%, enquanto 65% dos homens ainda não sabem).

Pelas projeções permitidas na análise dos dados, tomando por base a pesquisa estimulada (em que os nomes são apresentados aos eleitores, portanto, beneficiando quem já tem mandato e cujo nome é mais conhecido), Magno Malta teria, a 15 dias do pleito,  uma votação de 1,076 milhão de votos, seguido de Ricardo Ferraço com 911.068 e Fabiano Contarato com 732.003 votos. Em quarto lugar, Marcos Do Val com 368.688 votos.

Para os analistas consultados pela FOLHA, não será surpresa se o delegado Fabiano Contarato (Rede), o “Xerife do Trânsito”, virar para cima de Ferraço ou até mesmo alcançar Magno Malta, haja vista que em menos de um mês as intenções de voto em Contarato aumentaram 190% (de 9% para 26% do eleitorado em geral). 

Fabiano está com sua melhor performance na Grande Vitória, que detém 46,48% do eleitorado capixaba apto a votar em 2018: 2.754.728 eleitores. Isso significa que ainda existem 857 mil eleitores em dúvida na Região Metropolitana para senador. É sobre esse eleitorado que Contarato tem maior potencial de crescimento, em especial o de Vitória. 
FORÇA NA GRANDE VITÓRIA

A Grande Vitória tem 1,244 milhões de eleitores aptos em 2018. Pelas intenções manifestadas nas ruas, e captadas pelos pesquisadores, Contarato tem 4 de cada 10 votos na Grande Vitória. Isso perfaz um potencial de 507 mil votos brutos. A previsão é de que se repita a média história e se percam quase 1 milhão de votos entre abstenções, brancos e nulos no Estado (algo em torno de 35%). Ou seja, uma votação suficiente para eleger um senador.

Se crescer mais 10% nas intenções de votos em todo o Estado, o delegado alcança a margem de 900 mil votos e “coloca uma mão no diploma de senador”, garante um geógrafo, com experiência em análises políticas, que avaliou os dados da pesquisas divulgados por A Gazeta, ponderando com a tendência de queda que as últimas pesquisas têm revelado para as candidaturas de Magno e Ricardo. 

TRANSFERÊNCIA DE VOTOS

Um detalhe que chama a atenção na pesquisa é a força das lideranças locais na transferência de voto para os candidatos a senadores: Ricardo Ferraço(PSDB) tem 50% das intenções de votos no Sul do Estado (onde tem o apoio do pai, Theodorico Ferraço) e na região Noroeste, onde é apoiado pelo deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD). 

Nessa região Noroeste, Magno Malta tem também 50% das intenções de voto, fruto da grande presença de evangélicos e da influência também de Enivaldo, que, ainda que não esteja pedindo voto para Magno, abraçou sua campanha nas eleições de 2010, quando era seu segundo suplente. Isso ainda repercute.

A chave para Contarato parece ser investir pesado na Região Metropolitana e nas regiões Central e Litoral Norte, onde Magno e Ricardo têm seus piores desempenhos e ele, Fabiano, já tem uma boa presença. Em termos de peso, porém, 50% do esforço deve se concentrar na Grande Vitória, onde uma onda eleva o nome dele aos patamares de competitividade real. 

As duas regiões do interior – Central e Litoral Norte – não têm a metade do eleitorado da Grande Vitória. Isso demandaria maior investimento por menor taxa de retorno em votos. Por outro lado, Noroeste e Sul, juntas, somam 880 mil votos. E são duas regiões com forte presença de Magno e de Ricardo.