O vereador Alexandre Bastos (PV) valorizou seu passe durante sete meses afirmando para os seus correligionário que seria somente pré-candidato a prefeito de Cachoeiro de Itapemirim e a mais nada. Contudo, no vale tudo da política, o parlamentar municipal mudou o discurso do "nunca mais" para o "tudo pode". O mercado político local ficou perplexo alguém abandonar quase 20 mil votos para se entregar ao lado até então oposto.

Após escrever carta de renúncia da presidência do PSB de Cachoeiro-ES e, nela, comunicar sua saída do partido na janela partidária, deu sinal de que era verdade sua disposição de disputar a Prefeitura de Cachoeiro-ES. Nesse meio tempo, o prefeito Victor Coelho (PSB) foi em sua residência para tentar convencê-lo a ficarem juntos e até propor quem estivesse melhor seria o vice do outro. A investida foi insuficiente. 

Percebendo a fraqueza do aliado prefeito, o governador Renato Casagrande (PSB) fez duas investidas que não deram muito certo. Formalidade e entrelinhas demais, não convenceram o vereador de seis mandatos, mas as negociações ficaram em aberto. As tocaias por fora dos canais oficiais foram mais eficientes.

No paralelo, o diretor-administrativo da Cesan e ex-chefe de Governo do prefeito de Cachoeiro, Weidson Ferreira, se fez passar por terceiros em Piúma, aonde o vereador estava de férias com a família, e no distrito de Itaóca, para convencer Alexandre Bastos a desistir de se irmanar com o ex-prefeito Theodorico Ferraço (DEM) e sucumbir ao projeto vigente.

Esta última abordagem deu certo. Chegou-se, além de outras vantagens não republicanas, recolocar dezenas de seus correligionários exonerados no dia primeiro de janeiro deste ano de volta; posições em cargos maiores na Prefeitura e até a possibilidade de ser o vice do prefeito na reeleição. A partir dai, Alexandre Bastos se ajoelhou. 

Para o acerto final, no dia 24 de março, o governador convocou a reunião que selaria, oficialmente, a desistência da pré-candidatura do "gordinho", como é conhecido pelos amigos. De um lado da mesa no Palácio, Alexandre Bastos ( Fernandão e Grégio - correligionários). Do outro lado, o prefeito Victor Coelho ( diretor da Cesan, Weidson Ferreira; e a então secretária de Governo, Márcia Bezerra). No meio, cabeceira da mesa, o governador, pautando o entendimento.

Resultado: Fernadão foi designado para tratar com a Marcinha o retorno dos amigos de Alexandre aos cargos perdidos, com a ressalva do prefeito de que isso seria feito de forma devagar, paulatinamente, para não chamar atenção. Alexandre desistiu. Seu pessoal que não o abandonou, voltando. Casagrande conversou com o presidente estadual do Partido Verde (PV), Fabrício Machado, para abrigá-lo.

Foi assim que tudo, resumidamente, aconteceu. Todos saíram felizes...