As eleições municipais deste ano estão movimentadas e envolvem políticos de diferentes esferas e plumagens. Até mesmo aqueles que declaram não se envolver publicamente, se articulam nos bastidores para tentar agradar aliados e, principalmente, a base aliada de deputados estaduais, responsáveis por votar projetos importantes para o governo do Estado.

Em diversas declarações à imprensa, o governador Renato Casagrande (PSB) disse que acompanhará os arranjos eleitorais à distância. Assim, a vice-governadora, recém-chegada à política estadual, Jacqueline Moares quis ocupar a lacuna deixada pelo colega de partido.

Como todo o Espírito Santo já sabe, Jacqueline foi alçada ao posto de vice-governador na última hora do registro de candidaturas na campanha de 2018, sem qualquer expressão na política capixaba tendo ocupado apenas o cargo de vereadora uma única vez, o que não lhe proporcionou experiência suficiente para qualquer debate político-partidário do tamanho que a política precisa.

Mas parece que a própria não teve a mesma percepção e está lançando mão da máquina pública do governo do Estado e está rodando os 78 municípios utilizando toda a estrutura da vice-governadoria do Estado com servidores comissionados, carros oficiais e seguranças além de aliados nomeados na Ceasa para fazer acordos relativos às eleições de novembro. Tudo isso, segundo ela própria, em nome do governo do PSB.

Mas não é bem o que se tem percebido no mercado político, já que muitos partidos aliados estão na bronca com o PSB e o governador Renato Casagrande, reclamando de falta de palavra, desprestígio e até mesmo traição. Na Assembleia Legislativa, onde o chefe do Palácio Anchieta não enfrentava tantos problemas acendeu o sinal de alerta com as recentes movimentações de Jaqueline Moraes.

Um deputado aliado do governo, que preferiu não se identificar confirmou. “As conversas político-partidárias precisam ser bem articuladas, conversadas para que não haja qualquer tipo de desarranjo já que ao se dar um passo para um lado, abre espaço em outra frente e o que a vice-governadora está fazendo é colocar o governador em maus lençóis com quem antes o defendia, e o pior, usando a máquina pública para quebrar toda uma base aliada construída pelo Palácio.”

Nos bastidores, a justificativa para esses movimentos de Jaqueline miram uma casa um pouco mais distante: o Congresso Nacional, já que a ex-camelô estaria utilizando toda a estrutura do governo e o nome do governador para fazer acordos que apenas a beneficiariam em 2022 na disputa de deputada federal.