As eleições de 2020 e a vitória do deputado Lorenzo Pazolini (Republicanos) trazem também como efeito colateral o fortalecimento de Lelo Coimbra (MDB) na geopolítica estadual. O ex-deputado foi um dos primeiros articuladores da candidatura.

Comparado ao Governador Casagrande (PSB), que saiu menor, Lelo teve resultados eleitorais muito superiores, mesmo sem mandato. Saiu maior do que entrou, isso é fato.

Primeiro, o ex-deputado federal enfrentou uma batalha dura contra o Governador e a máquina de governo na disputa pela Presidência do MDB do ES. Venceu, com apoio da Executiva Nacional do partido. 

Nessa batalha sangrenta, oito candidatos do MDB foram retirados do partido através de ameaças e intimidações do Governo do PSB. E foram eleitos em seus municípios, filiados a outros partidos. Os outros oito nomes que permaneceram no MDB também se elegeram. 

Ou seja, seriam eleitos em 2020 um total de 16 prefeitos pelo MDB, número idêntico ao de 2016, se o governador e a máquina pública não atuassem de forma truculenta e abusiva no processo democrático. 

Ainda assim só elegeram treze prefeitos pelo PSB, dentre os quais três foram retirados do MDB pelo pressão direta de Casagrande. 

Mesmo sob artilharia pesada do governador e da máquina, Lelo elegeu oito prefeitos pelo MDB e ajudou os oito aliados vitoriosos que saíram do partido. Além de participar diretamente da eleição de nomes alinhados a ele, como os Prefeitos de São Mateus, Marataízes e Itapemirim, por exemplo.

A eleição do deputado-delegado Lorenzo Pazolini na disputa pela Prefeitura de Vitória vem a coroar o fortalecimento de Lelo Coimbra nas eleições 2020. 

Primeiro porque o ex-deputado federal fez a escolha acertada na aliança com o Prefeito eleito, levando o cobiçado MDB logo no início quando Pazolini tinha 8% de intenções de votos. O partido serviu como pedra angular da coligação do delegado.

Segundo porque Lorenzo Pazolini se consolida como força política antagônica ao Governador Casagrande, ao ter resistido - assim como Lelo - a toda ordem de abusos da máquina pública contra sua candidatura.