Durante reunião da Comissão de Defesa da Cidadania, na Assembleia Legislativa, realizada na terça-feira (16) para tratar do surto infeccioso em uma creche particular de Vila Velha, o gerente estadual de Vigilância em Saúde, Romildo Andrade, afirmou que foram encontrados mais dois focos da bactéria Escherichia coli na creche.

 

Segundo ele, a bactéria foi encontrada em amostras de água do redutor da saída de água do refeitório e na água do tanque de saída do chafariz usado pelas crianças.

 

Romildo também afirmou que, em relação à diarreia, foram registrados 37 casos, entre primários (19 alunos e 5 funcionários) e secundários (13 parentes de alunos ou funcionários). A afirmação foi feita ao deputado estadual Lorenzo Pazolini, durante a reunião.

 

Focos da bactéria já haviam sido encontrados na cervejaria artesanal, nos fundos da creche Praia Baby. Ontem, Romildo detalhou que o foco estava no ponto da torneira do tanque de lavagem de utensílios.

 

O advogado da creche, Renan Salles, afirmou que a instituição não teve respaldo da Prefeitura de Vila Velha. “Faltou informação e atendimento. Não houve preocupação em eliminar o problema e liberar o local para que volte a funcionar com segurança”, frisou.

 

Para o infectologista Crispim Cerutti, o mais importante é identificar o agente transmissor da bactéria.

 

 “Não são os pontos em que a bactéria for encontrada que vão definir a causa do surto, mas sim a forma como elas chegaram aos locais, se foi por algum alimento ou mãos contaminados, por exemplo”.

 

A chefe do núcleo de Biologia do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), Jaqueline Pegoretti, informou que as três amostras de E. coli encontradas na creche foram enviadas ao laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

 

Amostras do intestino e dos rins de Théo Cypriano, de 2 anos, que morreu vítima do surto, também foram enviadas à Fiocruz.

 

“Queremos saber quantos tiveram a gastroenterite hemorrágica. Segundo o gerente estadual apenas duas pessoas tiveram síndrome hemolítico-urêmica”, desabafou Guilherme Helmer, pai de um aluno da creche.

 

Outro pai de aluno que não ficou satisfeito com o posicionamento foi Leonardo Có, que disse que há um desencontro de informações.