Em vez de polvo com vários tentáculos, o governador Renato Casagrande (PSB), neste momento está mais para medusa (versão masculina e atualizada) como um serpentário em mente contra os adversários naquele jogo de dissimulação, quando todo mundo sorrir, mas ninguém pode piscar ou olhar olho no olho. O atual presidente do Poder Legislativo, Erick Musso (PRB) está no radar como perigo iminente para o projeto de poder do Palácio Anchieta.

O Chefe do Executivo Estadual tem chamado alguns deputados, começando pelos mais difíceis ou problemáticos, para sondagem e cooptação anti movimento dos Republicanos. A um interlocutor chegou a mencionar o nome do seu candidato: o líder do Governo Dary Alves Pagung (PSB). Ninguém que se saiba disse não ao governador, porém, sem contundência, deixando em aberto o jogo.

Nesse processo que sempre só se decide na prorrogação, ninguém confia em ninguém. Musso, depois da eleição de Lorenzo Pazzolini (PRB) prefeito de Vitória, virou alvo do núcleo mais radical do PSB. Essa expansão dos republicamos enseja cautela e ímpeto de extermínio por parte do extinto predador de Renato Casagrande. Deixar possíveis adversários virarem quebra-molas em 2022 é temerário.

É verdade que Erick Musso fez todas as entregas solicitadas pelo governador nos seus dois biênios. Contudo, não é suficientemente de confiança de Casagrande com o ex-governador Paulo Hartung (sem partido) espreitando ou aguardando uma fraqueza do seu sucessor. Musso está mais para PH do que para o socialista. Engenharia complexa. Todos os atores ficam roucos de ouvir e gritam de silêncio. 

O deputado estadual Marcelo Santos (Podemos) tem estado mais perto do Erick Musso. Não se tem certeza, para alguns deputados, se essa proximidade por agora é boa ou ruim na conquista de votos dos demais colegas. Marcelo tem plena confiança do Erick, porém tem rejeição de uma ala mais experiente no plenário.

Entre a vontade e a conquista, existe ainda um grupo em formação - não se sabe se vinga -  entre quatro e cinco deputados que pretende formar um bloco independente para, no mínimo, ser o fiel da balança nesse disputa no bastidor pelo significado implícito para avanços de espaços entre Socialistas e Republicanos. Se o PRB vai representar o Perseu, só mais adiante para saber o resultado desse mitologia política.