O juiz afastado esteve nas Ilhas Maldivas na África do Sul, Los Angeles, Alpes Suíços, Sidney, dentre outros destinos badalados, só em 2018 e 2019. Veja fotos:

Farina e esposa em viagens internacionais


Além disso, Farina era visto com frequência na Praia do Canto, bairro nobre da Capital, durante o expediente. Passava o dia degustando vinhos finos em restaurantes caríssimos.

O expediente do magistrado era no Fórum da cidade de Serra, onde quase não comparecia. Alexandre Farina era um caso de juiz fantasma: recebia salário de R$ 38 mil reais sem trabalhar, fora as regalias e gratificações. 

Farina passava o dia em negociatas e bebedeiras. Na vida nababesca, o juiz estava quase sempre acompanhado do Deputado Estadual Marcelo Santos. Eram unha e carne, isso era público e notório.

 

Farina (lado direito) transitava vem no meio político. Na foto, com o deputado estadual Marcelo Santos  (lado esquerdo)
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O padrão de vida de Farina era incompatível com sua renda. Todos esses fatos eram públicos e notórios, de conhecimento geral do mundo jurídico, social e político. 

Esse contexto somado ao conteúdo estarrecedor das mensagens de WhatsApp apreendidas no celular do policial Hilário Frasson, levantam novamente a seguinte indagação: por que a Procuradora Geral de Justiça do MP-ES Luciana de Andrade e seus promotores assessores se "esqueceram" de pedir a quebra do sigilo bancário do juiz, apreensão de seu celular e busca em sua residência? 

Consideraram irrelevante? Ou temem encontrar algo a mais que obrigue o órgão a atuar, como ocorreu no caso dessas mensagens descobertas por acaso na investigação do homicídio da médica Milena Gotardi, ex-esposa de Hilário Frasson? 

Será que o Tribunal de Justiça não vai agir para corrigir essas omissões superficiais na investigação contra o magistrado, inclusive investigando seu padrão de vida incompatível com sua renda? 

Poderiam os desembargadores começar um pente fino pela loja da esposa de Farina e suas viagens internacionais. E não criando cortinas de fumaça como a operação nos presídios, para distrair a opinião pública, imprensa e autoridades de Brasília.


JUÍZES DA VARA CÍVEL DE VITÓRIA SÃO O FARINA DE AMANHÃ

Os desembargadores e procuradores também sabem dos juízes da Vara Cível de Vitória que se comportam de maneira idêntica à Alexandre Farina. É o mesmo modus operandi: padrão de vida muito acima do salário, luxúria, elevado crescimento patrimonial, aquisição de imóveis de alto padrão e carros importados, gastos exorbitantes com cartões de crédito e pagamentos com dinheiro em espécie (facilmente rastreáveis). 

Usam esposas e companheiras nessas operações, que andam de carros importados e carregam bolsas de R$ 10 mil reais. Filhos estudam em colégios de elite com valor de R$ 5 mil reais a mensalidade.

Um juiz da Vara Cível de Vitória envolvido com Alexandre Farina comprou R$ 20 mil reais de vinhos em Pedra Azul com dinheiro em espécie. O próprio Farina comprou recentemente televisão de alto padrão com R$ 6 mil reais em dinheiro vivo. E não se envergonhou nem se intimidou com os presentes à loja. 

Outros magistrados viciados jogam pôquer clandestinamente em mansão na Ilha do Frade, semanalmente, gastando cerca de R$ 100 mil reais de dinheiro em espécie por semana, segundo testemunham fontes presentes.

Em Pedra Azul, há juízes que possuem verdadeiras mansões, com conteúdo suntuoso e faraônico em termos de mobília, tecnológicos e adereços. Em Vitória, suas moradias principais também impressionam, tanto pelo imóvel como pelo seu interior.

Esses magistrados parecem ter se esquecido que optaram por uma carreira pública, com elevado salário, é verdade, porém limitados a um padrão de classe média alta, sem chance de serem milionários, tal como estão se portando.

Beira ao escárnio o que está ocorrendo. É questão de tempo explodir um novo e grande escândalo. A cúpula do MP-ES é responsável por esse quadro, porque se tornou o guardião da impunidade em favor desses agentes. Só agiu - meia boca - no caso do juiz afastado pelas provas irrefutáveis e gravíssimas, mesmo assim tentando proteger Farina. 

Tentou claramente, através de omissões dolosas na investigação, fazer a blindagem do magistrado vendedor de sentença, no que fosse possível. A FOLHA viu as manobras e divulgou, colocando o dedo na ferida, chamando atenção até dos mais incautos pelas omissões grosseiras da Procuradora Geral de Justiça e seus promotores assessores na condução da investigação sigilosa.

O fato é que há o retorno de um novo crime organizado nos Poderes e nas Instituições, produtos da ausência de uma liderança estadual forte e comprometida. Nesse vácuo, o absurdo se revela, sem necessidade de palavras, pela foto da "Farra do Maraca".

A cúpula do MP-ES e o Tribunal, nesse ritmo, se tornam cada mais vez "hilários" enquanto instituições capixabas.