A Polícia Federal do Espírito Santo investiga uma postagem feita nas redes sociais com mensagens agressivas e que expõem a imagem do filho do senador Fabiano Contarato (Rede), que representa o Espírito Santo no Senado Federal.

Contarato registrou um boletim de ocorrência na Superintendência da PF na noite desta segunda-feira (15) após tomar conhecimento da publicação, na qual ele e o filho Gabriel, de sete anos (e, portanto, menor de idade) aparecem. A imagem foi feita na manhã do mesmo dia, quando o parlamentar levou a criança à praia, em Itapoã, Vila Velha, na Grande Vitória.

Na postagem feita no Facebook e publicada pelo perfil de Giovani Loureiro, Contarato é chamado de "infeliz" e "sem vergonha". O autor da publicação também afirma que o senador levou à praia o "filho adotivo para fazer marketing".

Postagem feita no Facebook faz críticas e ataques a Contarato. Filho de sete anos do senador aparece na foto — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Em nota, Contarato afirmou que a postagem é preconceituosa e ressaltou que seu filho foi exposto.

"Nada foi tão doloroso, porém, quanto ver seu ultraje gratuito contra Gabriel, uma criança inocente de sete anos, que teve sua imagem exposta nas redes e foi menosprezado apenas por ser meu filho e, sobretudo, por ser fruto de adoção", disse o senador no texto.

Em outro trecho, Contarato pontua que não irá tolerar agressões contra os filhos e sua família. Em setembro deste ano, ele, que é casado com um homem e tem dois filhos, pediu à Polícia Legislativa para investigar por homofobia o empresário Otávio Fakhoury.

"Não me intimidarão com esses ataques desprezíveis. Registrei um boletim de ocorrência na Polícia Federal, hoje, e providenciarei a responsabilização do autor dessa agressão.

Apesar da foto ter sido feita durante o passeio Contarato afirma que não foi abordado pelo autor da publicação durante o período em que esteve na praia. Ele tomou conhecimento da publicação após ela passar a circular e ser compartilhada nas redes sociais.

Em nota, a Polícia Federal esclareceu que "as postagens serão objeto de investigação pois, além de agressivas, também expuseram fotografa do filho do senador, que é menor".

Medidas iniciais necessárias á investigação já foram tomadas, segundo a PF. Nesta terça, as publicações do perfil de Giovani Loureiro aparecem indisponíveis. A reportagem entrou em contato com ele e aguarda o retorno.

Leia a nota enviada por Fabiano Contarato na íntegra:

Após cumprir missão oficial na COP-26 e passar dias longe de minha família, recebi, na manhã desta segunda-feira (15), um pedido irrecusável do meu filho Gabriel, de sete anos: “Papai, me leva na praia pra fazer castelinho de areia!”, disse ele.

Já fui vítima de inúmeros radicais bolsonaristas, que se sentem autorizados a assediar aqueles que rejeitam suas teses políticas anti-civilizatórias. Ainda que ninguém tenha direito de constranger alguém por divergências políticas, sempre entendi se tratar de um preço a ser pago por ter optado pela vida pública.

Receando alguma intercorrência dessa natureza, assenti ao pedido de meu filho, advertindo-o de que teríamos que deixar a praia, caso alguém nos importunassse durante o passeio. Fomos, então, à Praia de Itapuã, hoje, por volta das 11h30, e fiquei feliz por proporcionar esse momento módico de lazer ao meu pequeno Gabriel.

Tudo parecia correr bem: retornamos, após esse breve passeio recreativo, sem qualquer inconveniente. Algumas horas depois, recebi um print, primeiro no Whatsapp e, após, em minha conta no Instagram, dando conta de uma postagem preconceituosa que me agredia e destilava inadmissível ódio contra meu pequeno Gabriel.

A postagem do Sr. Giovani Loureiro me chamava de “lixo”, “traidor”, “infeliz”, “sem vergonha” e “senador de merda”. Nada foi tão doloroso, porém, quanto ver seu ultraje gratuito contra o Gabriel, uma criança inocente de sete anos, que teve sua imagem exposta nas redes e foi menosprezado apenas por ser meu filho e, sobretudo, por ser fruto de uma adoção. O ódio é uma doença perversa: desumaniza suas vítimas e as submete a toda sorte de violência.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu art. 18, diz ser “dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”.

Não tolerarei qualquer ato de agressão aos meus filhos e à minha família. Não me intimidarão com esses ataques desprezíveis. Registrei um boletim de ocorrência na Polícia Federal, hoje, e providenciarei a responsabilização do autor desta agressão.

Espero que, caso o Sr. Giovani Loureiro seja pai, possa refletir sobre esse ato infame e não repita essa vileza contra crianças inocentes, que não podem ser detratadas por querelas de ordem política. Ps interesses de menores indefesos devem ser colocados acima de tudo isso.

Em minha casa, o amor sempre vencerá o ódio!