Os Estados Unidos e a China concordaram com um mecanismo para fiscalizar qualquer acordo comercial que alcançarem, incluindo o estabelecimento de novos "escritórios de implementação", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin.

Mnuchin, falando à CNBC na quarta-feira, afirmou que continua havendo progresso nas negociações, incluindo um telefonema "produtivo" com o vice-premiê da China, Liu He, na terça-feira à noite.

"Chegamos a um acordo sobre um mecanismo de aplicação, concordamos que ambos os lados vão estabelecer escritórios de implementação que lidarão com os assuntos em curso", disse Mnuchin, acrescentando que ainda há questões importantes para os países resolverem.

Mnuchin recusou-se a comentar sobre quando ou se as tarifas dos EUA sobre 250 bilhões de dólares em produtos chineses serão removidas. Embora o presidente norte-americano, Donald Trump, tenha dito recentemente que um acordo pode ser alcançado em abril, Mnuchin recuou-se a dar um prazo para as negociações.

O Ministério do Comércio chinês confirmou nesta quinta-feira que negociadores comerciais dos dois países discutiram as questões remanescentes em um telefonema após a última rodada de negociações em Washington.

"No próximo passo, ambas as equipes vão manter comunicação próxima e trabalhar em velocidade total através de todos os tipos de canais efetivos para avançar com as negociações", disse Gao Feng, porta-voz do ministério, a repórteres.

Mnuchin não falou sobre se a estrutura de implementação permitirá que os EUA tenham o direito unilateral de reimpor tarifas sem retaliação se a China não cumprir seus compromissos.

Mnuchin disse que não há um "prazo arbitrário" para concluir as negociações comerciais EUA-China, uma semana depois de o presidente Donald Trump dizer que as negociações deveriam durar mais um mês.

"Não vamos estabelecer um prazo arbitrário", disse Mnuchin à CNBC, acrescentando que os detalhes de um mecanismo de imposição do acordo agora estão "muito bem acordados".

"Acho que temos algumas questões muito importantes para abordar, mas ambos os lados estão trabalhando muito duro", disse ele à emissora.

Um ponto de discórdia nas negociações tem sido a insistência das autoridades americanas de que qualquer acordo final tenha força - e que eles mantenham a capacidade de impor novas tarifas caso Pequim se desvie de seus compromissos.