O governador Renato Casagrande (PSB) deu sinais de fragilidade e fraqueza, ao se render à eleição do Deputado Eric Musso (PRB) para a Presidência da Casa, segunda-feira, dia 1º. 

O governo construiu uma narrativa falsa de união e chapa de consenso para esconder o verdadeiro motivo: medo da derrota. Casagrande tentou dourar a pílula, mas isso não colou no mercado.

Como bem analisou o jornalista Vitor Vogas em sua coluna de no site gazetaonline, Casagrande literalmente arregou de ir para o confronto com medo de ser derrotado. Como foi em Vitória, na eleição de Prefeito Lorenzo Pazolini (PRB).

O governo do PSB até tentou fabricar candidatos contra o atual Presidente da Assembleia, marcando os deputados homem a homem. Mas nenhum emplacou. Dary Pagung era o nome principal.

Tentaram usar o deputado Marcelo Santos (Podemos), para atrapalhar Musso e fazer uma cortina de fumaça, mas o experiente parlamentar não se deixou ser usado. Ele sabia que estaria estendendo a cama para Pagung aparecer na hora certa com o rolo compressor do governo em seu favor.

Nas conversas com os deputados, Casagrande não escondeu sua restrição ao nome do jovem Presidente. O governador elencou uma série de fatores pelos quais o governo não o queria: concentração de poder na mesa diretora nas mãos de Eric, esvaziando os outros membros; a estratégia da eleição antecipada que não deu certo; poder de instaurar mais CPI's; etc. 

Em outras palavras, não confiava nele e perde o sono com a chance de  seu grupo se criar no cenário político. E virar uma força alternativa que coloque em risco seu projeto de reeleição.

As eleições para a Prefeito de Vitória, com a vitória de seu desafeto declarado, Lorenzo Pazolini, deputado de oposição, trincou a suposta invencibilidade da máquina de governo. 

Casagrande perdeu. Isso é fato. 


Seus secretários deixaram isso claro ao decidirem virar pedra entre cristais, militando contra Pazolini. Tyago Hoffmann fez a função do elefante na loja de cristal, como é identificado até entre aliados do Governador por suas lambanças e interesses pessoais. 

Hoffmann partiu para cima do Prefeito eleito, para prejudicar sua eleição. Isso através do uso da máquina de governo,  com ligações e intimações, abusando da institucionalidade do cargo e da autoridade de governo. Pazolini sabe disso e ele próprio denunciou à FOLHA.

O governador se meteu na disputa da Capital e não tem como negar ou florear um discurso contrário à realidade de seus atos. O colunista Vitor Vogas deixou isso claro em sua análise.

A verdade é que o governo chega ao seu 3º ano fragilizado, após as eleições municipais e os conflitos desnecessários que o entorno de Casagrande produz. 

Com ou sem seu aval, o fato é que o Governo do PSB teve que ajoelhar e fingir uma aliança para não ser derrotado por Eric Musso. Na verdade, não quis correr esse risco e já se rendeu antes.

Assim, Eric Musso se consolida além da Presidência da Assembleia, como líder de um grupo que ameaça a hegemonia do PSB. O governador, ao piscar na disputa, agora tem que sentar para conversar.

Parece que o Perseu cortou a cabeça da Medusa.