23 de setembro é celebrado o Dia de Combate ao Estresse. Palavra que tem origem do termo inglês "stress", que significa "pressão", "tensão" ou "insistência". E que no atual cenário mundial, tem sido uma palavra bastante usada para descrever causas de diversas formas de problemas de saúde enfrentados pela população. A pandemia provocada pelo novo coronavírus, o clima de insegurança incertezas sobre o dia de amanhã deixam as pessoas ainda mais tensas do que normalmente elas estariam com os seus problemas rotineiros.

A médica cardiologista do Hospital Evangélico Marcela Vivas que o diga. Ela tem atendido inúmeros pacientes com queixas que sugerem doenças cardíacas como dor no peito, falta de ar, fadiga e cansaço. "Após a realização dos exames, chegamos à conclusão de que o paciente está estressado de ficar em casa o tempo todo, de não ter convívio social, por exemplo. E isso pode ocasionar mesmo um problema cardíaco já que o estresse é um fator de risco para doenças coronarianas em geral," explica.  De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 90% da população mundial sofre com este distúrbio. E no Brasil, a preocupação também é grande. Segundo um levantamento da Associação Internacional do Controle do Estresse (ISMA) já somos o segundo país do mundo com o maior nível de estresse.

De acordo com a psicóloga do HECI, Kathia Braga, o estresse é uma resposta física do organismo a um estimulo. "Quando o ser humano fica estressado, o corpo automaticamente pensa que está sob ataque e muda para o modo "lutar ou fugir". Isso faz com que ele libere uma mistura de hormônios e substâncias químicas que preparam o corpo para a ação", explica.

A manutenção de um estado de estresse por longos períodos pode ser prejudicial à saúde. Um dos resultados de níveis elevados de cortisol podem ser um aumento nos níveis de açúcar e pressão arterial, uma diminuição da libido, insônia, mudanças de humor e problemas digestivos.

Segundo doutora Marcela, o estresse também é um grande influenciador do aumento de outras atitudes como alimentação excessivo, aumento do fumo e consumo do álcool, piorando ainda mais a condição cardíaca ou a predisposição para a mesma. "Se é um paciente cardíaco, o estresse pode gerar uma instabilidade de placas, agravando a sua condição", comenta.

Para combater o estresse, basta diminuir as pressões externas. Mas como? "Se o meu trabalho me deixa estressado, preciso encontrar alternativas para que o trabalho possa ser realizado de forma mais tranquila. Também é indicado encontrar o equilíbrio emocional, sendo capaz de administrar melhor o tempo entre trabalho, família e dedicação pessoal", aconselha a psicóloga.

Dicas

Adquirir hábitos saudáveis como estilo de vida são dicas de ouro para quem enfrenta situações de estresse diariamente. Descansar, praticar exercícios e incluir alimentos que promovam o bem-estar físico como banana, nozes e amendoim. "Deve-se investir no seu consumo diariamente, aumentando a quantidade, sempre que estiver cansado ou estressado", comenta Kathia.

Para a cardiologista, alimentos gordurosos, cafeína, energéticos aumentam o metabolismo e, portanto, geram estresse. Desta forma devem ser cortados. "A alimentação à base de frutas, fibras e verduras ajuda muito a evitar esse distúrbio", disse.

Alimentos ricos em ômega 3, como salmão, truta e sementes de chia, também são excelentes opções porque melhoram o funcionamento do sistema nervoso, diminuindo o estresse e o esgotamento mental.

Além disso, também é importante buscar apoio em outras pessoas como um bom amigo, ou até mesmo um psicólogo. "Essa pode ser uma boa estratégia para viver os dias com mais qualidade e menos estresse. Reduzir os níveis de estresse pode, não somente fazer você se sentir melhor agora, como também pode proteger sua saúde em longo prazo," finaliza Kathia.