O Espírito Santo registrou mais de 13 mil casos de chikungunya de janeiro a agosto deste ano. O estado é o segundo do país em número de casos da doença, perdendo apenas para a Bahia.

 

De acordo com o chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental do Governo do Estado, Roberto Laperriere, isso acontece porque o estado ainda não teve uma epidemia da doença. Por isso, muitas pessoas ainda não têm imunidade contra o vírus, ficando mais suscetíveis à doença.

 

"É um número considerado alto, temos quase sete vezes mais casos do que no ano passado. Continuamos tendo uma população muito suscetível à chikungunya. Não tivemos epidemia da doença anteriormente aqui no estado, o que faz com que, com o vírus circulando em uma população mais suscetível, continuemos a ter um número elevado da doença”, contou.

Assim como a dengue e a zica, a chikungunya é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. As formas de combater essas doenças são as mesmas: não deixar água parada para que o mosquito não se reproduza.

"Mais de 80% dos focos no estado estão próximos ou dentro das residências. A população tem que fazer a parte dela. O estado vem acompanhando junto aos municípios, capacitando agentes durante a pandemia. Se o estado fizer a parte dele, e a população também, podemos chegar a 2021 com um número reduzido de casos”, apontou Laperriere.

 

Com relação aos sintomas, o chefe do núcleo explicou que a maior gravidade dos casos de chikungunya está relacionada às dores articulares, que chegam a incapacitar os pacientes que pegam a doença.

 

“A chikungunya tem um diferencial para dengue que são as dores articulares, que podem persistir por longos períodos e tirar as pessoas de suas atividades de trabalho, o que gera um grande custo tanto para os empregadores e um problema para a população”, disse.

 

Laperriere destacou ainda que além dos sintomas incapacitantes, a chikungunya também pode matar. Para evitar as mortes, é fundamental que a população procure atendimento médico assim que aparecerem os primeiros sintomas.

 

“Chikungunya mata, nós já tivemos óbitos confirmados neste ano. É uma doença de óbito evitável, assim como a dengue. Se tivermos um manejo adequado da doença e uma população empoderada do que deve fazer, procurar o tratamento assim que sentir os sintomas, podemos evitar os óbitos pela chikungunya”, explicou.